Leonardo Vilela aponta os desafios para a sustentabilidade do SUS

“Vinte e oito anos depois de ter sido consagrado na Constituição Federal como um abrangente sistema de saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta sérios desafios para continuar sendo um sistema único, gratuito, público, universal, descentralizado e hierarquizado”. Com estas palavras, o secretário da Saúde de Goiás, Leonardo Vilela, chamou a atenção de centenas de gestores presentes ao 32º Congresso do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems), que está acontecendo desde 1º de junho e segue até o dia 4, em Fortaleza (CE).

Leonardo Vilela teve participação ativa no evento, ao integrar uma mesa redonda sobre o tema “Pacto Federativo: Desafios do financiamento para a sustentabilidade do SUS”. Inicialmente, ele fez uma breve abordagem sobre a crise política e econômica pela qual passa o País, o que tem gerado um desequilíbrio entre Estado, sociedade e mercado. O secretário pontuou que a crise pautada pela baixa atividade econômica, pela recessão e pelo desemprego faz com que as dificuldades para os gestores sejam bem maiores.

O secretário da Saúde de Goiás fez uma abordagem histórica sobre o decréscimo dos investimentos em Saúde no País, o que impacta de forma significativa no SUS. Ele destacou que em 1993, o governo federal financiava 72% da área; os Estados 12% e os municípios, 16%. Duas décadas depois, os valores mudaram drasticamente. A União contribui com apenas 43% e os gestores estaduais e municipais dobraram os gastos, com 25% e 30%, respectivamente.

Leonardo Vilela acentuou que o Brasil, comparado com outros países, não tem olhado para a área com a prioridade que ela merece. Gastamos apenas 4,5% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) com Saúde Pública, enquanto que em países como a França e a Alemanha, e até Cuba, gasta-se praticamente o dobro. Nesse ranking estamos atrás de países como Costa Rica e Argentina.

Mesmo considerando a crise econômica pela qual passa o Brasil, Leonardo Vilela acentuou que é fundamental que todos os gestores da área da Saúde unam suas forças para reivindicar mais investimentos capazes de salvar o SUS. O 32º Congresso do Conasems prossegue até sábado, com a realização de oficinas, seminários, cursos e mesas redondas sobre temas essenciais para a existência do SUS, entre os quais atenção básica, financiamento, governança com poderes judiciário e legislativo.

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo