Seminário sobre saúde mental propõe reflexões sobre prática clínica institucional

Evento reúne equipes da Rede de Atenção Psicossocial do Estado de Goiás, representantes dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, das regionais de saúde e policlínicas

Representantes dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora no seminário

Com iniciativa do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado (Cerest), a partir dos relatos de experiência de trabalho do núcleo de psicologia em Goiás, teve início, nesta quinta-feira (09/11), o 1º seminário sobre saúde mental do trabalhador e trabalhadora. 

O evento, realizado no auditório do Sesc Cidadania, teve como objetivo promover reflexões sobre as práticas realizadas e avançar na discussão de políticas públicas necessárias para a prevenção, diagnóstico e tratamento do sofrimento psíquico relacionado ao trabalho.

Na abertura dos trabalhos de discussão, a coordenadora-geral de apoio técnico da Superintendência em Vigilância, Divânia Dias da Silva França, que esteve representando a superintende da Suvisa, Flúvia Amorim, analisou que, se o cidadão que passa maior parte do dia no trabalho e está em um ambiente que adoece, isso traz transtornos e diminui a capacidade do trabalhador.

“A gerência da rede, toda a equipe tem trabalhado de forma ostensiva no sentido de organizar e atuar para que consiga respostas satisfatórias nos ambientes de trabalho que foram prejudicados desde a pandemia”, acentuou.

O Brasil ainda está em terceiro lugar no ranking de 74 países em avaliação de bem-estar mental. O baixo índice permanece desde a pandemia e, segundo Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Panamericana de Saúde (Opas), o País lidera casos de ansiedade, com 9% da população brasileira vivenciando o problema e pelo menos 12 milhões de pessoas, colocando o Brasil em segundo e terceiro lugares, respectivamente, no ranking mundial dessas doenças

Os dados foram apresentados no seminário, pela procuradora do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), Janilda Guimarães de Lima, que destaca ainda que a maioria desses casos acometem os jovens. "Nossos futuros trabalhadores já estão entrando (no mercado de trabalho) doentes. Para os especialistas os aumentos de ansiedade, depressão e até suicídio são consequências do período pandêmico que interferiram no mundo do trabalho e impactaram negativamente”, afirmou.

A gerente de Saúde Mental, Nathália dos Santos Silva, representou a superintendente de Políticas e Atenção Integral à Saúde, Paula dos Santos Pereira, e também afirmou que o adoecimento mental pós-pandemia é um problema de saúde pública e que o Estado tem buscado fortalecer a rede de atenção para dar condições saudáveis em qualquer ambiente de trabalho.

“Não adianta dizer para o trabalhador cuidar da saúde e não dar as condições adequadas para o mesmo. É preciso garantir ao trabalhador e trabalhadora um ambiente de trabalho saudável, com vínculos e condições salariais mais justos”, ressaltou Nathália.

O público convidado para o seminário foi composto por trabalhadores da saúde mental da Rede de Atenção Psicossocial do Estado de Goiás (Raps) e dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cerest) dos municípios de Rio Verde, Itumbiara, Ceres, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Formosa e Goiânia e das regionais de saúde.

Yara Galvão/Comunicação Setorial

Foto: Cássio Silveira Gomides/SES-GO

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