Evento realizado pelo Ministério Público estadual reúne ainda representantes do Poder Judiciário, Defensoria Pública, Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) e profissionais do sistema de justiça e comunidade científica

O Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili) e a Rede de Atenção Psicossocial do Estado de Goiás foram os temas apresentados pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) no seminário sobre saúde mental e nova política antimanicomial, promovido pelo Ministério Publico do Estado de Goiás (MP-GO), na sexta-feira (29.09).

A gerente de Saúde Mental da SES-GO, Nathália dos Santos Silva, abordou o fluxo de atendimento e acompanhamento do Paili, que acompanha 946 pessoas e, mesmo com todos os desafios, é referência para o País desde sua fundação em 2006 e que tornou possível acabar com os manicômios no Estado.

“É possível fazer o cuidado em saúde com pessoas em liberdade, mesmo enfrentando os estigmas e preconceitos da sociedade. Agora, é momento de novos desafios com a proposta de ampliar para o Programa de Atenção Integral em Liberdade para atender mais pessoas em outras condições”, pontua a gerente. O tema foi dividido com o promotor de justiça Haroldo Caetano, idealizador do Paili e que expôs experiências com o programa estadual, modelo para a extinção dos manicômios.

Durante toda a sexta-feira, o seminário levou também ao debate as Narrativas sobre Loucura, Controle e Direitos, com a jornalista investigativa Daniela Arbex, autora do best-seller Holocausto Brasileiro, e discussão sobre desinstitucionalização e inclusão como perspectivas para uma política antimanicomial comunitária, com nomes representativos da área, como Altieres Edemar Frei, doutor em ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e representantes do Judiciários dos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul (MS).

Yara Galvão (texto e fotos/Comunicação Setorial