HDT alerta para o diagnóstico precoce da Hanseníase

Referência em doenças infecciosas e dermatológicas, o Hospital de Doenças Tropicais dr. Anuar Auad (HDT), apesar de não dispensar o medicamento aos pacientes, realiza o diagnóstico bem como o acompanhamento das reações próprias da doença e efeitos colaterais do medicamento. Atualmente, a unidade assiste a cerca de 160 pacientes por mês com a doença. De acordo com a médica dermatologista e coordenadora do ambulatório de Hanseníase do HDT, Mírian Lane Castilho, para o tratamento da doença, é essencial que o diagnóstico seja precoce. “Quanto mais cedo a pessoa descobrir, mais cedo ela vai se curar. Um dos maiores desafios contra o controle da doença continua sendo a demora na detecção”, afirma a médica. Por isso, segundo ela, é preciso que a população fique atenta aos sinais de manifestação da doença. “Os principais sintomas da Hanseníase são manchas com alterações de sensibilidade, áreas com rarefação ou falta de pelos e áreas com falta de suor”, explica.

A dermatologista ainda afirma que outras preocupações em relação à patologia são o preconceito da sociedade e quando há grande incidência de casos em crianças. A Hanseníase tem um período de incubação médio de sete anos, o que significa que, quando se tem muitos casos novos em crianças com menos de 15 anos, indica que a doença não está controlada na área. Em Goiás, foram registrados 80 casos novos em 2015 e 52 em 2016 em crianças com menos de 15 anos, o que indica que há adultos portadores da doença que podem ter sido a fonte de infecção das crianças. Segundo o ministério, um caso de hanseníase em criança significa que há um adulto próximo doente e ainda sem diagnóstico nem tratamento, já que a transmissão da doença acontece por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar – MB) e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis.

O diagnóstico e o tratamento da Hanseníase são gratuitos, oferecidos pelo SUS. A medicação é administrada de forma oral com um coquetel de antibióticos, cujas doses e tempo variam conforme a classificação da doença (Paucibacilar-PB ou Multibacilar-MB). Segundo Mírian Castilho, o tratamento deve ser direcionado para cada caso e focado na prevenção de incapacidades. “Estas medidas são necessárias para evitar sequelas, tais como alteração nos olhos, úlceras, perda da força muscular, lesões tróficas nas mãos ou nos pés e outros”, pontua.

O último domingo do mês de janeiro é a data escolhida pelo Ministério da Saúde (MS) como Dia Mundial de Combate e Prevenção à Hanseníase – doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium Leprae, que acomete principalmente a pele e os nervos periféricos. A hanseníase ainda é um problema de saúde pública em diferentes partes do mundo, incluindo o Brasil, que é o segundo país no mundo, depois da Índia, com maior número de casos da doença – o país registrou mais de 28 mil novos casos em 2015, de acordo com dados do MS. Em Goiás, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES-GO), no mesmo ano foram registrados 1.667 novos casos de Hanseníase. E em 2016, surgiram 1.320 novos casos, chegando ao total de 2.987 casos de registro ativo da doença, em nosso estado.

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