Goiás é um dos cinco Estados em projeto nacional de controle ao tabaco

Primeiro encontro, coordenado pela SES-GO, reúne representantes do Inca e da Opas (on-line) e de demais instituições, no ConectaSUS, para debater estratégias e ações, principalmente, contra o cigarro eletrônico

Representantes da SES-GO, Inca, Opas e demais instituição debatem ações de combate ao tabagismo

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) realizou, nessa terça-feira (08/08), a primeira reunião para debater estratégias e ações contra o tabagismo. Coordenado pela Gerência de Vigilância Epidemiológica de Agravos não Transmissíveis e Promoção à Saúde, o encontro é uma das etapas do Projeto de Aprimoramento da Política Nacional de Controle do Tabaco no Brasil, idealizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), do qual Goiás é um dos cinco Estados selecionados para participar. 

Realizada no ConectaSUS, com a participação, virtual, de representantes do Inca e da Organização Panamericana de Saúde (Opas), e presencial, de técnicos demais instituições, a reunião teve como foco principal o combate ao cigarro eletrônico, proibido desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa), mas muito consumido, principalmente, entre jovens, conforme mostrou o 1º Inquérito Telefônico de Fatores de Risco e Proteção para Doenças e Agravos Não Transmissíveis no Estado de Goiás (Vigitel). 

Divulgado em abril deste ano, o estudo, realizado pela SES-GO, com apoio do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) e da Faculdade de Nutrição, da Universidade Federal de Goiás (UFG), mostrou, com base o ano de 2022, que a frequência de fumantes no Estado era de 13,1%, variando entre 11% na Macrorregião Centro-Oeste e 16% na Sudoeste. Entre adultos maiores de 18 anos que usavam aparelhos eletrônicos, a frequência foi de 4,6% no total. A maior incidência era entre os jovens com idades entre 18 e 24 anos (média de 16%). 

Em sua intervenção, o oficial nacional da Opas, Diogo Alves destacou a necessidade de se utilizar, como combate ao problema, uma estratégia de comunicação que impacte esse pública, no que foi apoiado pelos demais participantes do debate. “É fundamental a importância da comunicação para quebrar essas barreiras e encontrar formas de impactar os jovens”, concordou a gerente Magna Carvalho, preocupada com a atuação agressiva do marketing da indústria tabagista.

Analista da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, Vera Borges apresentou dados do modelo de diversificação de culturas, introduzida pelo Governo Federal em 2005, mas interrompida em 2018. Essa política previa alternativas de outras culturas, principalmente, de alimentos, para as famílias de plantadores de tabaco – há expectativa de que o modelo seja retomado neste novo governo. De acordo com dados apresentados pela analista, 90% dos produtores estão no Rio Grande do Sul. Mas há, em Goiás um núcleo de produção da folha de tabaco, no município de Piracanjuba. 

“Estamos fazendo o levantamento do número de produtores no município, mas sabemos que há pessoas que vivem dessa produção no município. Precisamos nos preocupar com ele também”, afirma a coordenadora de Vigilância de Doenças Crônicas e Fatores de Risco da Suvisa/SES-GO, Selma Alves Tavares de Oliveira. A partir daí, prevê, serão definidas estratégias, com a colaboração dos parceiros envolvidos, entre eles, Ministério Público do Estado de Goiás, Secretarias Estadual de Educação e Municipal de Saúde, Sociedade Goiana de Pneumologia e Tisiologia (SGPT) e Conselho de Secretarias Estaduais de Saúde do Estado de Goiás.

Essas propostas de ações são registradas em uma pasta da Matriz de Prioridades, em arquivo compartilhado com todos os participantes do grupo. A SGPT, por exemplo, anunciou uma semana para a realização de exames de espirometria, gratuitos e abertos ao público em geral, com alerta sobre os problemas causados pelo cigarro. A espirometria é um teste da fisiologia ventilatória, que dura cerca de 30 minutos e tem como objetivo analisar se há algum tipo de anormalidade na ventilação pulmonar. Os exames serão oferecidos de 14 a 18 de agosto, das 8 às 17 horas, no Centro Estadual de Medicação de Alto Custo Juarez Barbosa (Cemac), do Governo de Goiás.

José Carlos Araújo (texto e fotos)/Comunicação Setorial

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