Além de discutir as estruturas estaduais de saúde digital, a conectividade e o uso de tecnologias para fortalecer o SUS, secretários estaduais de Saúde debatem, com o governo federal, leitos de UTI pediátrica e a atualização de incentivo financeiro a hospitais filantrópicos

O Ministério da Saúde (MS) está implantando uma agenda para alinhar, com os Estados, as estratégias para a transformação digital na saúde pública. “O SUS pode se beneficiar do uso de ferramentas de tecnologias digitais para ampliar serviços aos pacientes, melhorar fluxos tanto de assistência como de gestão”, explicou a secretária nacional de Transformação Digital do MS, Ana Castela Haddad. 

Para o secretário da Saúde de Goiás, Sérgio Vencio, esse é um caminho obrigatório para modernizar o SUS, otimizando recursos humanos e financeiros. “Goiás tem avançado bastante em saúde digital. Temos o sistema MV e o prontuário único nas nossas unidades. Nossa equipe está à disposição para compartilhar a experiência com o monitoramento da gestão das organizações sociais com 16 parâmetros ativos”, afirmou ele. 

O secretário executivo do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), Jurandi Frutuoso, afirmou que, para os Estados, é de grande valor essa oferta de Goiás, pois é o sonho da maioria dessas unidades federativas poder avançar com ferramentas avançadas de gestão e monitoramento no SUS. 

Prontuários eletrônicos unificados, modelos informatizados de documentos, como atestados e protocolos, sistemas de dados com interoperabilidade e telessaúde, são outros itens que podem integrar as informações do SUS e permitir sua melhor gestão. 

Entre demais experiências exitosas de serviços digitais, Goiás também tem a abertura de cadastro e processo no programa de medicação de alto custo, boletins médicos on-line, transparência das filas de regulação, painéis públicos na internet, de monitoramento epidemiológico e também de gestão. 

Pactuações
Já a Secretaria Nacional de Atenção Especializada à Saúde (Saes)/MS trouxe para discussão a portaria que autoriza a disponibilização de leitos de UTI pediátrica e leitos de enfermaria pediátrica para suporte ventilatório não invasivo para atendimento de crianças com Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). 

O momento é de alerta para o aumento de casos de Srag em crianças, segundo o MS, que apresentou dados de todo o País, por meio da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde e Ambiente. Entre várias medidas, o MS propõe o reforço à assistência e vacinação contra Covid e Influenza em crianças. Para o outro vírus circulante este ano, o sincicial respiratório, não há vacina. 

Os Estados reivindicaram a inclusão também de leitos de UTI Neonatal na portaria ministerial que será pactuada nesta quinta-feira (22/06), na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), pelos secretários estaduais de Saúde e o Ministério da Saúde. 

Outro ponto importante da assembleia e CIT é a discussão e pactuação da portaria que prevê a atualização da série histórica do incentivo financeiro 100% SUS para hospitais filantrópicos, como as Santas Casas de Misericórdia, por exemplo. “Defendemos essa recomposição, pois a rede filantrópica é fundamental para o SUS, para ajudar a enfrentar situações como essa sazonalidade da Srag”, disse Sérgio Vencio. 

Iara Lourenço (texto) e Marco Monteiro (foto)/Comunicação Setorial