Pais de crianças autistas reforçam papel do Crer no tratamento de seus filhos

Unidade do Governo de Goiás oferta atendimento médico e multiprofissional para crianças e adolescente com transtorno do espectro autista

Pais de pacientes atendidos no Crer participam de atividade pelo dia de conscientização do autismo

Em celebração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) preparou uma semana cheia de atividades para os pacientes autistas e também seus familiares, entre os dias 3 e 6 de abril.

Segundo a gerente de Reabilitação Auditiva e Intelectual do Crer, Thaís Nasser, a programação foi toda pensada para reforçar a importância do acompanhamento médico e multiprofissional para o desenvolvimento desses pacientes.

“Iniciamos a semana com a exibição do Cinema Azul, no auditório do Crer, com o filme Jumbo, que teve duas sessões durante a semana. Também tivemos duas salas on-line para que a população em geral pudesse tirar dúvidas sobre os direitos e deveres da pessoa com deficiência. E para fechar a programação, recebemos a psicóloga da Clínica Teia, Nise van der Linden, e o advogado e diretor da Clínica Teia, Eliezer Cordeiro, para falar sobre autismo, relações familiares e o atendimento ofertado pelo SUS”, destaca Thaís.

Luisa Moraes Pedrollo, 4 anos, faz acompanhamento com os profissionais da unidade do Governo de Goiás desde 2021, e durante a Semana de Conscientização do Autismo, participou do Cinema Azul, acompanhada pelo pai, Acássio Predollo, que também participou da Roda de Conversa sobre autismo e relações familiares.

Acássio destacou a importância da inclusão nas atividades do dia a dia. "O cinema, por exemplo, é um espaço que não aceita uma criança inquieta correndo de um lado para outro, mas aqui nós [pais e mães atípicas] tivemos a oportunidade de ficarmos à vontade com nossos filhos." Ele reforçou ainda que a palestra o ajudou a esclarecer dúvidas e ter mais informações sobre o serviço oferecido no Crer para autistas. 

Keila Silva Oliveira é mãe do paciente Daniel Enzo Oliveira de Carvalho, 4 anos, e participou das atividades da Semana do Autismo no Crer. Ela conta que o filho recebeu o diagnóstico de autismo há quatro meses, e que desde então a criança vem recebendo acompanhamento médico e multiprofissional na unidade do governo de Goiás.

“O Daniel faz terapia ocupacional, atendimento com psicólogo e agora começou a fazer natação. Aqui no Crer, ele é muito bem assistido, e mesmo com pouco tempo, percebo o quanto as terapias e o acolhimento dos profissionais têm feito muita diferença na vida dele”, afirma.

Diagnóstico 
O médico do Crer Hélio van der Linden, especialista em neurologia infantil, explica que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.

Segundo o profissional, existe uma dificuldade no diagnóstico correto do autismo, visto que, muitas vezes, os sintomas são semelhantes ao de outros transtornos e requer uma investigação aprofundada. “Às vezes, crianças pequenas que têm um atraso de linguagem mais complexo e são agitadas podem até ter alterações da interação social também. E isso, às vezes, confunde bastante com o transtorno do espectro do autismo”, afirma Hélio.

Hélio esclarece que algumas pessoas podem ter alguns sintomas isolados e que se acaba atribuindo um diagnóstico de autismo. “Por exemplo, à pessoa que tem apenas estereotipias motoras, que são aqueles movimentos repetitivos, mas com uma interação ótima, não há diagnóstico de autismo”, afirma. Ele explica que algumas pessoas podem ter apenas transtorno sensorial. 

O neurologista reforça o papel do Crer no atendimento de pacientes autistas de todo o Estado. “Hoje o Crer é referência no atendimento de pacientes com TEA, aqui recebemos crianças e adolescentes regulados pelo Complexo Regulador Estadual da SES, que são encaminhados após avaliação em uma unidade básica de saúde, e que aqui passam a receber acompanhamento médico e multiprofissional.”

Thalita Braga (texto e fotos)/Agir

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