HGG apresenta à Defensoria Pública o Serviço Especializado do Processo Transexualizador 

Projeto oferece atendimento médico e multiprofissional a transexuais, travestis e outras identidades de gênero

Diretor-geral do HGG, José Cláudio Romero, destaca que o HGG é referência em Goiás neste tipo de atendimento

No dia 29 de março, a diretoria do Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) recebeu na unidade de saúde a equipe da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), que conheceu o protocolo de atendimento do Serviço Especializado do Processo Transexualizador – Ambulatório TX. O projeto foi criado em 2017 com o objetivo oferecer atendimento e acompanhamento médico e multiprofissional a transexuais, travestis e outras identidades de gênero. O HGG foi a primeira unidade pública estadual a oferecer tal serviço em Goiás.
 
O serviço funciona com atendimentos ambulatoriais, estabelecendo uma rede de cuidados e de acordo com as normatizações do Ministério da Saúde nas especialidades de ginecologia, cirurgia plástica, psiquiatria, urologia, psicologia e fonoaudiologia. Além disso, na parte ambulatorial são realizadas ações de acompanhamento clínico e hormonioterapia, destinados a promover atenção especializada no processo transexualizador. A visita técnica acontece após a desabilitação do serviço no Hospital das Clínicas, em Goiânia, que era realizado de forma ambulatorial e cirúrgica na unidade de saúde federal.
 
O diretor-geral do HGG, José Cláudio Romero, que participou da implantação do Ambulatório TX, acompanhou toda a visita. “Somos referência nesse atendimento no Estado. Atuamos na parte clínica e também na formação de profissionais capacitados para o atendimento à população trans. Além disso, temos consciência do quão importante é qualificar não só a equipe médica e multiprofissional, mas todos os colaboradores que realizam atendimento ao público", pontua.
 
Ele ressalta ainda que a capacitação profissional precisa ser contínua. “Aqui no HGG essa foi uma preocupação minha desde a implantação do ambulatório. Queremos que os nossos pacientes sejam bem acolhidos, com seus direitos respeitados e sem qualquer discriminação. Queremos que a Defensoria conheça o nosso projeto como um todo, para atuarmos juntos na melhoria e expansão desse atendimento”, frisa.
 
O coordenador do Programa Transexualizador do HGG, João Lino Franco Borges, explica que a visita da Defensoria Pública do Estado de Goiás foi importante para o HGG ter um apoio jurídico e mediação com outros órgãos de saúde, para ampliação dos atendimentos do Ambulatório TX.
 
“Atualmente, o HGG é a única unidade de saúde executora desse serviço. Compartilhamos com o DPE as dificuldades de atendimento, a centralização das demandas, até mesmo a sobrecarga de atendimento dessa unidade, que é responsável pelo atendimento pré-operatório, hospitalar, cirúrgico e pós-operatório dessa população. São muitas frentes de atuação, por isso foi importante para eles entenderem e verem os pontos de gargalo onde podem atuar conosco, na melhoria da assistência, permitindo facilidade no acesso ao atendimento médico, por meio da telemedicina, por exemplo, ou até mesmo com a estruturação de outros postos de atendimentos para desafogar o atendimento ambulatorial que poderia ser realizado em outras unidades, pois todos esses fatores contribuem para a demora para paciente chegar até o HGG”, esclareceu João Lino.
 
Segundo o coordenador do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado de Goiás, Tairo Batista Esperança, a DPE é um instrumento de promoção de direitos que visa efetivar causas sociais em prol de toda a população. “Para nós foi muito importante estar presente aqui no HGG, conhecendo a unidade, que é um hospital de referência no projeto transexualizador. Essa população é extremamente vulnerável precisa ter assistência não só psicológica, ambulatorial, mas também cirúrgica”, reforça.
 
Tairo ainda disse que a Defensoria é parceira na construção desse processo. “Temos um público que têm várias demandas não só em relação à retificação de pronome e gênero, mas na parte do tratamento cotidiano mesmo, e ainda vemos muita deficiência na política pública referente a esse aspecto. Portanto, não viemos com uma cobrança, ou trazer aqui uma demanda, mas sim estender a mão para que a instituição possa trabalhar pelo fortalecimento dessa política no estado de Goiás”, conclui.

Texto e foto: Comunicação Idtech

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