Complexo procedimento realizado pela equipe de cirurgia bucomaxilofacial do hospital é indicado para corrigir a posição dos ossos da face e, consequentemente, a posição dos dentes

Neste início de ano, cinco pacientes terão suas vidas transformadas no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), unidade do Governo de Goiás, com a realização de cirurgias ortognáticas, complexo procedimento operado pela equipe de cirurgia bucomaxilofacial do hospital, indicado para corrigir a posição dos ossos da face, e consequentemente a posição dos dentes.

O procedimento exige um preparo ortodôntico prévio, realizado por um cirurgião-dentista especialista em ortodontia, para posicionar os dentes nas bases ósseas ideais para a cirurgia, indicados pelo cirurgião, sendo, portanto, um tratamento ortocirúrgico. O planejamento da cirurgia ortognática pode envolver o reposicionamento da maxila, mandíbula, ou ambos, a depender da queixa e tipo de deformidade que o paciente apresenta.

“A cirurgia ortognática é um procedimento que necessita de um planejamento preciso e de uma estrutura complexa para que possa ser realizado, trazendo melhorias funcionais para o paciente, como melhora respiratória e encaixe dos dentes. Outro aspecto importante para a realização desse tipo de procedimento é o social, pois os pacientes convivem com essa condição desde a infância, e uma queixa constante é o bullying que sofrem.

Após a cirurgia, e com o suporte psicológico da equipe multidisciplinar da unidade, eles conseguem convívio harmônico com a sociedade”, relatou Dr. Felipe Bueno, cirurgião bucomaxilofacial um dos responsáveis pelas cirurgias.

O objetivo da cirurgia é devolver a posição ideal aos ossos da face, como maxila e mandíbula, melhorando dessa forma o encaixe dos dentes, a função mastigatória, fonação e respiração, além de devolver harmonia facial o que impacta diretamente no convívio social e autoestima do paciente.

Os pacientes com deformidade dentofaciais podem apresentar alterações estéticas e funcionais importantes que podem afetar sua vida de diferentes maneiras, como: dificuldade mastigatória, transtornos respiratórios, apneia obstrutiva do sono e desarmonia estética facial, que impacta diretamente no convívio social.

“Já faz anos que eu busco fazer a cirurgia e finalmente vou poder mudar minha vida. Além da dor física que sinto e dificuldade em me alimentar, já sofri bullying em algumas ocasiões pela minha aparência. Hoje, estou muito feliz por ter um sonho realizado, e já vou começar 2023 de vida nova”, declarou a paciente Luana Gomes, momentos antes de realizar o procedimento.

Pós-operatório
Os ossos da face são reposicionados durante o procedimento cirúrgico, sendo assim, a recuperação pós-operatória exige repouso absoluto de 15 a 30 dias, além de restrições de dieta, sendo exclusivamente liquida pastosa por 15 dias, podendo ser prorrogado por até 45 dias dependendo da complexidade do caso.

Além disso, o pós-operatório pode exigir um acompanhamento multiprofissional com equipes de fisioterapia, nutrição e fonoaudiologia.

José Ferreira Neto (texto e foto)/Agir