Saúde alerta contra ataques de animais peçonhentos

A Secretária de Estado da Saúde de Goiás registrou nos últimos 2 anos 9453 ataques com animais peçonhentos em Goiás e 20 óbitos. O índice é considerado alto e envolve aranhas, cobras e escorpiões. Em 10 casos as vítimas sofreram sequelas como amputação, déficit funcional (redução de potencial físico, psíquico e intelectual) e necrose externa. Acidentes envolvendo abelhas e lagartas também foram registrados.

Segundo o Centro de Informação Toxicológica de Goiás (CIT-GO) as regiões que mais tiveram acidentes com animais peçonhentos foram Norte, Central, Sudoeste e Pirineus. “ A incidência desses casos com serpentes, geralmente aumentam nos meses de outubro a abril. Isso devido ao período chuvoso e também, período de lavoura (preparo do solo, plantio até a colheita)”, esclarece Lesley Soares, técnica em Saúde do CIT.

Em Goiás, as cobras mais encontradas são jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, cascavel e coral-verdadeira. O envenenamento ocorre quando a serpente consegue injetar o conteúdo de suas glândulas venenosas na vítima. Nem toda picada leva ao envenenamento.

Há muitas espécies de serpentes que não possuem presas ou, quando presentes, estão localizadas na porção posterior da boca, o que dificulta a injeção de veneno ou toxina.

Os acidentes com escorpiões são muito frequentes. Esse animal é pouco agressivo e possui hábitos noturnos. Geralmente são encontrados em pilhas de madeiras, cercas, sob pedras, cupinzeiros e adaptam-se bem ao ambiente doméstico.

A picada de escorpião, na maioria das vezes, causa poucos sintomas, podendo apresentar dor imediata; eritema; edema leves, e sudorese localizadas. Já crianças abaixo de 7 anos apresentam maior risco de alterações sistêmicas nas picadas pelo escorpião amarelo, que podem levar a casos graves e requerem soroterapia específica em tempo adequado. O tratamento é sintomático.

“O escorpião amarelo é o responsável pelo maior número de acidentes, principalmente com crianças. Houve aumento significativo de acidente com esse animal peçonhento, pois a fêmea não precisa do macho para reproduzir. Costumam habitar em locais escuros, tais como buracos, fendas, entulhos, lixos e esgotos)”, explica Eulália Borges.

Acidentes envolvendo aranhas venenosas são recorrentes, também. As espécies de aranhas mais encontradas no estado são a armadeira, aranha marrom, caranguejeira e tarântula. Algumas delas são pouco agressivas, enquanto outras podem ser muito perigosas.

Em caso de acidentes com animais peçonhentos ligue para o Centro de Informação Toxicológica de Goiás (CIT/GO) nos telefones: 0800 646 4350 ou 0800 722 6001

Veja como se proteger da picada de cada animal:

Cobras:

· Não andar descalço;

· Usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem;

· Nunca colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras;

· Quando entrar em matas ou em pomar com muitas árvores, esperar a vista se adaptar aos lugares menos iluminados;

· Não depositar ou acumular material inútil junto à habitação rural, como lixo, entulhos e materiais de construção;

· Controlar o número de roedores existentes na área para evitar a aproximação de serpentes venenosas que deles se alimentam;

· No amanhecer e no entardecer, nos sítios ou nas fazendas, chácaras ou acampamentos, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que as serpentes estão em maior atividade;

· Proteger os predadores naturais de serpentes como as emas, as seriemas, os gaviões, os gambás e cangambás, e manter animais domésticos como galinhas e gansos próximos às habitações que, em geral, afastam as serpentes;

· Sendo um agravo de caráter eminentemente rural, atividades agrícolas e ecoturismo podem determinar situações de risco para o ofidismo, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do país.

Escorpião:

• Não deixar acumular lixo e entulho nos quintais, jardins,terrenos baldios e ao redor das residências;

• Colocar o lixo em sacos plásticos fechados para evitar baratas e outros insetos;

• Proteger os predadores naturais dos escorpiões,como calangos,lagartixas, lacraias,corujas, sapos,macacos e galinhas;

• Remanejar periodicamente materiais de construção que estejam armazenados, usando luvas de raspa de couro para proteger as mãos;

• Verificar cuidadosamente vestuários, calçados, toalhas e roupas de cama, antes de usá-los;

• Limpar periodicamente ralos de banheiro, cozinha e caixas de gordura;

• Manter camas e berços afastados da parede, no mínimo 10 centímetros;

• Evitar que roupas de cama toquem o chão;

• Rebocar frestas das paredes e rodapés, para que não apresentem vãos;

• Manter fechadas as tampas dos ralos de banheiros, tanques e pias.

Aranhas:

· Olhar bem dentro das roupas e calçados antes de usá-los e/ou calçá-los;

· Colocar telas nas janelas, fechar as frestas e colocar sacos de areia na soleira das portas para evitar a entrada de animais peçonhentos;

· Manter limpos os arredores da casa, jardins, paióis, celeiros. Não deixar acumular lixo que atraiam baratas, pois elas são alimento para aranhas e escorpiões;

· Limpar regularmente atrás de quadros, móveis, cantos de parede, etc;

· Preservar os predadores naturais de aranhas e escorpiões: seriemas, corujas, sapos e galinhas.

DÚVIDAS FREQUENTES

1. Em caso de acidente com animal peçonhento, onde procurar o soro antiveneno?

Os soros antivenenos (contra acidentes com cobras, escorpiões, aranhas e algumas lagartas) estão disponíveis na maioria dos municípios de Goiás. Eles estão estocados nos principais Hospitais por todo Estado. O soro é enviado pelo Ministério da Saúde e distribuído pela Secretaria de Saúde do Estado e sua utilização é gratuita.

2. O que fazer diante de um acidente com serpente?

Procure manter a calma, observe o aspecto da cobra, lave o local picado com água e sabão, mantenha o membro afetado elevado, ligue para o C.I.T, procure rapidamente a unidade de saúde mais próxima. Não amarre o dedo, braço ou perna acidentada. O torniquete ou garrote dificulta a circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena e não impede que o veneno seja absorvido. Não é recomendado levar a cobra para a unidade de saúde nem colocar qualquer substância sobre a picada. Tente movimentar o mínimo possível o paciente.

3. Todo acidente necessita de uso de soro?

Não necessariamente. Picada por escorpiões em adultos, por exemplo, geralmente não requerem soroterapia. Somente o médico após examinar o paciente determinará como será o tratamento. Em alguns casos são feitas apenas medidas para diminuir a dor.

5. O que fazer para controlar a ocorrência de escorpiões?

As medidas de controle e manejo populacional de escorpiões baseiam-se na retirada/coleta dos escorpiões e modificação das condições do ambiente a fim de torná-lo desfavorável à ocorrência, permanência e proliferação destes animais.

Até abril deste ano, mais de 1818 pacientes já foram atendidos em Goiás Maioria dos casos decorre de picadas por escorpiões e cobras.

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