Famílias de doadores de órgãos são homenageadas em ação do Setembro Verde

No Dia Nacional da Doação de Órgãos, famílias plantaram mudas de árvores para representar seus entes queridos encerramento mês de conscientização sobre o tema

Família da jovem Amanda Syntia, de 15 anos, que doou coração, rins e fígado, após falecer vítima de AVC

O Governo de Goiás, por meio da Central Estadual de Transplantes, homenageou as famílias de doadores de órgãos em um evento especial, nesta terça-feira (27), Dia Nacional da Doação de Órgãos. O encontro, no Parque Nova Esperança, marca o encerramento do Setembro Verde, mês dedicado à conscientização, à informação e educação em saúde.   

Cerca de 30 familiares foram convidados para receber a homenagem e realizar o plantio de uma muda de árvore, representando cada doador, simbolizando a continuidade da vida. O momento foi marcado pela emoção no relato sobre como cada doador decidiu que queria que seus órgãos fossem transplantados e como esse desejo foi comunicado à família. 

“Durante todo o mês de setembro realizamos ações para conscientizar a população acerca da importância desse tema. Hoje é uma homenagem às famílias que disseram sim para a doação de órgãos. Vamos plantar essas árvores nativas do cerrado, representando cada ente querido, para lembrar que a vida continua”, disse a gerente da Central de Transplantes, Katiúscia Freitas. 

Emoção

Um dos momentos mais marcantes do evento foi o relato da família de Amanda Syntia Silva Ferreira, de 15 anos, que faleceu em  2021, um mês após fazer aniversário. Seus pais relataram que a jovem, que nunca tinha tido nenhum problema de saúde, teve uma dor de cabeça muito forte, foi levada ao hospital, mas no caminho deitou e não acordou mais. 

Amanda foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral naquela noite, segundo diagnóstico médico. Ela recebeu atendimento em Itapuranga, cidade onde a família mora, foi transferida para Goiânia, mas os esforços das equipes de saúde não reverteram o quadro da jovem. Seus pais autorizaram a doação de seu coração, os dois rins e fígado. 

“Vinte dias antes de ela passar mal nós nos reunimos na casa da minha mãe e assistimos uma série sobre doação de órgãos. Depois, ela procurou a gente e falou que se ela morresse queria ser doadora. Minha mãe até ficou brava pelo assunto e encerramos ali a conversa. Mais tarde, em casa, ela voltou a falar comigo e minha esposa que realmente queria ser doadora”, contou emocionado o pai de Amanda, Welton Adriano Ferreira. 

Junto com a esposa Anita de Souza Silva, eles relataram a dor de perder a filha tão jovem, mas se dizem confortados em saber que a vontade de Amanda foi cumprida. “Nosso conforto é saber que um pedacinho dela está vivo em outras pessoas”, disse a mãe da jovem. Anita ainda contou que toda a equipe do hospital se emocionou muito com o caso dela e fizeram todo o possível para salvá-la. 

Doação de Órgãos e Tecidos

Apesar de o Setembro Verde estar se encerrando, a campanha pela conscientização é contínua. Em Goiás, 1.600 pessoas esperam na fila por um transplante. Dados levantados pela Central de Transplantes mostram que cerca de 44% das famílias recusam a doação depois do falecimento de um ente querido por falta de informação. 

Katiúscia ressalta que Goiás é referência nos transplantes de rins no país, mas aponta que a fila por transplante de córneas, por exemplo, aumentou muito já que durante o período mais crítico da pandemia, o serviço foi suspenso. Para doar, ela destaca que não é preciso deixar nenhum documento, apenas comunicar à família. 

 

Fotos: Iron Braz

Comunicação Setorial

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