SES realiza capacitação de pré-natal para médicos e enfermeiros da atenção primária

Principal causa de mortes maternas no País, a hipertensão é um dos temas abordados na série de qualificações, que incluem ainda diabetes e hemorragia

Qualificação envolve causas de mortes maternas, como hipertensão, diabetes, hemorragias na gestação e parto

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), por meio da Gerência de Atenção Primária, realiza uma série de capacitações sobre pré-natal com todos os profissionais médicos e enfermeiros da Atenção Primária em Saúde (APS) dos municípios goianos. Os temas estão relacionados às principais causas de mortes maternas, como hipertensão, diabetes, hemorragias na gestação e parto. 

O médico da Rede Materno-Infantil, José Tavares Morais Filho, responsável pelas capacitações, aborda temas com orientações teóricas que serão desenvolvidas na prática, por médicos e enfermeiros que atuam na área. 

A participação foi positiva nos dois primeiros módulos, realizados via on-line. Ao todo, cerca de 400 profissionais foram capacitados nas oficinas, realizadas pela manhã e tarde durante o mês de setembro. 

O objetivo das capacitações é dar suporte no atendimento, para evitar agravos e principalmente mortes. “É uma forma de garantir mais acesso a cuidados de qualidade na gravide e puerpério. Isso inclui profissionais bem preparados, aptos a lidar com os problemas de saúde que podem ocorrer nesse período”, enfatiza a gerente da Atenção Primária da SES-GO, Ticiane Peixoto. 

Óbito materno
Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), entre 2019 e 2020, houve um ligeiro aumento dos óbitos maternos decorrentes de causas obstétricas diretas (de 1.034 óbitos para 1.041 óbitos) e um elevado aumento das causas obstétricas indiretas (de 479 óbitos para 843 óbitos) relativo às quantidades registradas nos anos anteriores desde 2009. 

Em 2020, entre as causas obstétricas diretas de óbitos, predominaram a hipertensão (317), hemorragia (195), infecção puerperal (76) e aborto (57). Entre as causas obstétricas indiretas de óbitos, predominam as doenças do aparelho circulatório (111), doenças do aparelho respiratório (54) e doenças infecciosas e parasitárias maternas (variando de 45 óbitos em 2019 a 476 óbitos em 2020). 

Em Goiás, de janeiro a julho de 2022, foram relatados 28 óbitos, importante ressaltar que no mesmo período em 2021, no auge da pandemia da Covid-19, faleceram 73 mulheres.

Ações da SES
Os óbitos maternos em Goiás, desde 2012, estavam em tendência de crescimento, o que foi acentuado na pandemia de 2020 e 2021. Durante esse período, a SES-GO, realizou treinamento das equipes da atenção primária para a estratificação de risco e cuidado das gestantes com o coronavírus.

Após a redução de casos da Covid-19, o Estado iniciou o projeto de reestruturação da Rede Materno-Infantil, integrando os diferentes níveis de atenção e fortalecendo a regionalização da saúde, com a participação dos gestores municipais. 

Vários hospitais estaduais já estão realizando parto, entre eles, o Hospital Estadual de Luziânia (HEL) que, desde junho deste ano, passou de exclusivo para casos de Covid-19 para atendimento geral e, em agosto, inaugurou o centro obstétrico para atender parturientes da cidade e região. 

O Hospital Estadual do Centro Norte Goiano (HCN) realiza partos de risco habitual e alto risco, com a unidade neonatal em funcionamento. Os hospitais de Formosa, Itumbiara e Águas Lindas também serão referência em alto risco. O Estado ainda cofinancia unidades filantrópicas, como a Santa Casa de Misericórdia de Anápolis.

Além disso, todas as seis Policlínicas Estaduais realizam pré-natal de alto risco, com exames de imagens e laboratoriais. A atenção primária também está sendo fortalecida com parceria da SES com os municípios, na qualificação das equipes e também nas contrapartidas.

Yara Galvão (texto e foto)/Comunicação Setorial

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