Música, palmas e lágrimas de alegria na alta do bombeiro mirim Kauã, no Hugol

Após 38 dias internado na unidade do Governo de Goiás, Kauã, de 9 anos, recebe alta, com emocionante homenagem promovida pelo Corpo de Bombeiros, que o levaram de caminhão de combate a incêndio até sua casa. Nycolas Ravy, ferido por cães, em Anápolis, também recebe alta no Hugol

O bombeiro mirim Kauã Lima, de 9 anos, ficou internado por 34 dias no Hugol após sofrer uma queda de uma trave de gol em um campo de futebol.

Os sentimentos de gratidão e alegria – a Deus e ao atendimento multidisciplinar e humanizado do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), – afloraram, na manhã desta sexta-feira (3/6), quando o bombeiro mirim Kauã Lima, de 9 anos, recebeu alta na unidade do Governo de Goiás, após 38 dias internado de um traumatismo craniano, provocado pela queda de uma trave de gol em um campo de futebol.

A emoção tomou conta da equipe do Hugol, jornalistas e bombeiros presentes, quando Kauã, ainda no leito de enfermaria, fez “continência”, ao receber o tenente Peres, coordenador do projeto em que o menino e o amigo Richillie, de 6 anos, seu “canguinha” – nome dado ao companheiro de atividades no projeto. 

Os dois foram receber Kauã, com uma bela homenagem promovida pelo batalhão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás responsável pelo projeto do bombeiro mirim. Entre os afagos, a condução do garoto, do hospital até sua casa, em um caminhão de combate a incêndio da corporação. 

‘Aleluia’
“Vamos embora, Kauã, a sargento Renata (que atua no projeto ) disse que você vai precisar fazer umas flexões”, brincou o tentente Peres, com os olhos marejados. “Não, sr.”, respondeu Kauã, em riste. Pouco depois, ele deixou o quarto, em cadeira de rodas empurrada pela mãe Raimunda Lima. Ao fundo, o som de “Aleluia”, de Leonard Cohen, tocado no saxofone pelo sargento Eduardo. 

O título da música reproduz o sentimento e a confiança dos pais do menino. “Eu nunca desisti. Nunca tive medo de ele morrer, sempre tive fé”, disse a mãe, ao lado do marido, Edinei Rocha. “É difícil acreditar, vendo ele aqui, e lembrar o dia do acidente”, acrescentou o pai. 

A fé da família e as orações foram importantes no processo de recuperação do menino, concorda  Teresa Cristina Sadi Godinho, coordenadora da UTI Pediátrica de Traumas do Hugol. A médica ressalta, porém, a qualidade da equipe multidisciplinar da unidade. “Se houver 1% de chance de vida (para o paciente), nos agarramos a ela”, afirmou, ao avaliar que Kauã está pronto para ir uma vida normal, após acompanhamento fisioterápico e de fisioterapia ocupacional. “É um guerreiro. Foi e é um bombeiro. Vai surpreender muita gente”, elogiou.

Não dever ficar surpresos o tenente Peres e o comandante da unidade, tenente Fernando Caramaschi. “Acompanhamos todo o processo e, vendo a luta (de Kauã, pela recuperação), de repente, ele nos dá uma lição: ‘não se preocupe’, vou voltar’”, lembrou, ao parabenizar a equipe da corporação que deu os primeiros socorros ao garoto, no dia do acidente, e à “equipe sensacional” do Hugol. O tenente Peres, por sua vez, avisou, confiante: “O batalhão e o Corpo de Bombeiros inteiro querem abraçar o Kauã e estão torcendo para que ele volte às atividades de novo.”

Ataque canino
No mesmo corredor do Hugol onde Kauã recebeu toda a festa, outro “guerreirinho” recebeu alta na manhã desta sexta-feira. Sentado na cama, dando entrevistas para a TV, o sorridente Nycolas Ravy, de 4 anos, parecia nem sentir os diversos curativos no corpo, marcas do ataque de dois cães, na porta de casa, em Anápolis, no dia 28 de maio. 

Após ser literalmente tirado da boca de um dos cachorros por um vizinho que pulou o muro para o salvar, Nycolas foi levado ao Hugol com vários ferimentos. Alguns profundos, no pescoço e nas costelas, segundo o pediatra Fernando Neves, que cuidou do garoto. “Foi um milagre”, disse o médico. De fato, nos lugares certos, milagres acontecem. 

Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás

Foto: Iron Braz

Governo na palma da mão

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