SES participa de debate intersetorial sobre Dia Mundial da Doença de Chagas

Goiás foi pioneiro em todo o País e, desde 2013, realiza notificação de casos crônicos da doença e monitora os pacientes com a enfermidade

Lacen-GO é um dos laboratórios referências do SUS para diagnóstico da doença de Chagas no Estado

Em alusão ao Dia Mundial da Doença de Chagas, lembrado em 14 de abril, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), em parceria com o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG),  Associação Goiana de Portadores de Doença de Chagas e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), realizou um momento para debate sobre a doença em Goiás, na manhã de quarta-feira (13/04), no ambulatório de Chagas do HC, em Goiânia.

Na oportunidade, a biomédica do Laboratório de Chagas e técnica responsável pelo Programa Estadual de Chagas da SES-GO, Liliane da Rocha Siriano, lembrou a importância do diagnóstico e tratamento da doença. “A notificação da doença deve ser feita por qualquer unidade de saúde dos 246 municípios do Estado”, reforça. 

Segundo ela, a Gerência de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis da SES-GO tem o papel de vigilância dos novos casos notificados e monitora os pacientes portadores de Chagas, garantindo que esses pacientes tenham acesso ao atendimento de saúde.  A forma mais conhecida de transmissão da doença é a vetorial, ou seja, aquela transmitida pelo inseto barbeiro. Mas há ainda as transmissões orais, os acidentes laboratoriais e as congênitas – por transplante de órgãos e transfusões sanguíneas.

Liliane da Rocha pontuou ainda quais os sinais e sintomas mais evidentes da doença. “Pessoas com falta de ar, batimento acelerado do coração, dificuldade de engolir alimentos (principalmente secos ou frios) e o intestino preso (constipação intestinal) devem ficar atentas e procurar atendimento médico para diagnóstico laboratorial de Chagas.”

Em Goiás, o Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) e o Laboratório de Chagas do HC-UFG são as referências do Sistema Único de Saúde (SUS) para o diagnóstico da doença, além de outros laboratórios na rede privada. “Os tratamentos oferecidos pelo SUS para tratar a enfermidade são o Nifurtimox e o Benznidazol, sendo este último o mais utilizado no País”, explicou Liliane da Rocha.

A técnica da SES também esclareceu que a doença tem duas fases: a aguda e a crônica. A fase aguda pode passar despercebida, porém uma febre persistente acima de sete dias deve ser levada em consideração. Na fase crônica, a maioria dos portadores é assintomática (70%), podendo haver o comprometimento do coração, esôfago ou intestino. 

“Esses 70% dos pacientes devem ser acompanhados anualmente, visto que uma pequena parcela dos pacientes infectados pode desenvolver formas clínicas da doença. Já os outros 30% apresentam as formas clínicas mais avançadas e precisam ser acompanhados por especialistas rotineiramente”, explicou.

Doença negligenciada

Goiás foi pioneiro em todo o País e, desde 2013, realiza a notificação de casos crônicos da doença de Chagas. Após essa definição, o Estado passou de sete casos crônicos em 2013 para quase 6 mil casos notificados até o mês de março, sejam agudos, sejam crônicos. Em 2020, baseado na experiência positiva desenvolvida em Goiás, o Ministério da Saúde publicou portaria para que os demais Estados brasileiros também realizem a notificação de casos crônicos de Chagas.
 
A doença de Chagas é uma das doenças negligenciadas com maior carga de morbimortalidade no Brasil. As estimativas são que a doença atinja de 6 a 7 milhões no mundo. No Brasil, essa estimativa é de 1,9 milhão a 4,6 milhões de pessoas. Em Goiás, o número pode estar entre 200 mil e 300 mil portadores. Calcula-se que 65 milhões de pessoas estejam em risco de contrair a doença e que, no mundo, 14 mil mortes ocorram por ano pela doença. 
 
A doença mata, todos os anos, mais pessoas do que qualquer outra doença parasitária. No Brasil, cerca de 6 mil pessoas morrem anualmente devido às complicações crônicas da doença e, nos últimos cinco anos, foi a óbito uma média de 719 pessoas em Goiás.
 
Durante o debate, também estavam presentes a presidente da Associação Goiana de Portadores de Doença de Chagas, Nilva Belo de Morais; os representantes da Apae de Goiás, Ana Lúcia Minuzzi; e José Vicente, a diretora técnica do Hemocentro, Ana Cristina Novaes; e o representante do Serviço de Chagas do HC, professor Alejandro Luquetti.
 
Secretaria de Estado da Saúde de Goiás

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