Pacientes soltam a criatividade em oficina de arte no HGG

Atividade é retomada na unidade do Governo de Goiás após paralisação de dois anos provocada  pela pandemia da Covid-19

Sob orientação do artista plástico Alexandre Liah, paciente do HGG exercita a arte de pintar

Após ficar suspensa por dois anos, devido à pandemia da Covid-19, as Oficinas de Arte para pacientes foram retomadas no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), na terça-feira (5/4). Foi uma tarde animada e colorida, em meio a telas, pincéis e tintas no Jardim da Solistência, localizado na parte interna da unidade do Governo de Goiás, sob a orientação do artista plástico Alexandre Liah.

Liah não escondia a alegria de retomar a atividade com os "pacientes-artistas". "Sentimos a necessidade de voltar. É um trabalho que a gente traz para que os pacientes tenham um pouco de distração, de conforto, já que estão em uma situação delicada. Os pacientes trazem para a oficina as lembranças da família, do lugar onde moram, se manifestam através da tela."

O artista plástico afirmou ainda que cada oficina é única e gera um material muito rico. "Para mim, isso tem um valor incrível porque, no contato com essas pessoas, a gente aprende muito, por meio da observação de como eles compreendem o ambiente, suas histórias de vida. De certa forma, elas querem trazer suas histórias e materializá-las em uma estampa."

A paciente Noemi da Costa Assunção Sousa está internada para tratamento de lúpus e aprovou a realização da oficina, como forma de distração. "É a primeira vez que estou pintando, achei muito interessante, muito bom. A gente fica muito tempo dentro do quarto, acaba ficando cansativo. Eu já tinha visto o Sarau, mas gostei mais de pintar", disse.

Miriam Aparecida Rodrigues Pereira jamais tinha pintado uma tela. "Nunca tinha visto nada parecido em um hospital. Estou internada para fazer uma cirurgia de vesícula, mas também tratando o lúpus. É muito bom sair da rotina do hospital, ver algo diferente, porque a gente fica estressada, ansiosa."

Já Maria Aparecida Campos, que está fazendo um tratamento de vesícula, usou a oficina para lembrar de sua casa e sua família. "Meu desenho significa minha casa. Na janela pintei minha neta, meu esposo, meu filho e minha filha que está grávida, e eu gostaria de estar lá com eles. Nós moramos todos juntos e eu estou com saudade de casa." Ela também elogiou a atividade. "Achei a oficina muito legal, nunca tinha pintado em tela, gostei muito."

A terapeuta ocupacional do HGG, Ana Paula Hirako, ressalta que a retomada das oficinas traz apenas aspectos positivos aos pacientes. "A pandemia já trouxe tantos malefícios, e a questão da internação sempre é uma fase difícil para poder ser enfrentada. Então, essa possibilidade de aprender uma coisa nova, uma arte, sair do quarto, estar em contato com a natureza, sempre é importante para os pacientes, para a questão psicológica deles, para que eles desfrutem desse momento."​

Carolina Pessoni (texto e foto)/Idtech

 

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