HDS recebe exposição artística produzida por ex-paciente da residência

Tadeu Oliveira reproduz nas obras expostas os 11 anos vividos por ele na unidade do Governo de Goiás

Profissional do HDS contempla um dos 11 quadros produzidos pelo artista e ex-residente da unidade, Tadeu Oliveira

Em alusão ao Dia Nacional das Artes, celebrado na quinta-feira (12/8), o HDS realiza exposição especial das telas pintadas pelo artista Tadeu Oliveira, que foi paciente residente da unidade do Governo de Goiás por 11 anos. As telas estão expostas no refeitório, proporcionando uma decoração lúdica e sofisticada. A ação proporciona aos profissionais que passam pelo local um momento de admiração ao contemplarem os coloridos dos quadros.

No total, são 11 obras que retratam os momentos vividos pelo artista na instituição. Durante sua permanência, Tadeu sentiu a necessidade de reproduzir, por meio da arte, pinturas que dialogassem com a realidade do momento em que estava vivendo. Por isso, para cada uma, o artista deu um nome, como ‘Terapia de vida’, quadro que representa os momentos de descontração por meio da música e da dança, no ambiente institucional. ‘Amor, o melhor remédio’ é quadro que representa o amor como cura da alma.

Ao nomear cada tela, o artista também incorporou à arte conceitos de experiências vivas na memória, como os quadros: A onça, A triagem, O primeiro socorro, Pavilhão 10, Paróquia Santa Marta, Sr. Vicente e sra. Aparecida, Clube Recreativo Santa Marta, Um novo lar e As irmãs vicentinas, obra que representa o cuidado das freiras com os pacientes moradores.

A diretora-geral da unidade, Mônica Ribeiro Costa, esteve presente e falou sobre a beleza das telas. “Linda exposição. O autor retrata com riqueza de detalhes cenas cotidianas de uma época passada,” destacou.

“Eu amei. Além dos quadros serem lindos, é uma oportunidade de conhecer um pouco mais da história da instituição por meio das pinturas. O HDS é riquíssimo em história”, afirma a nutricionista Aline Mayara Martins.

“Tudo muito lindo. O que mais me chamou a atenção foi a forma que o artista retratou o dia a dia na época da Colônia Santa Marta. Os prédios da época, como por exemplo o clube, o retrato dos pacientes em suas atividades diárias”, ressaltou a Agente Administrativa, Ana Karolina da Silva.

Sobre o artista
Tadeu foi acometido pela hanseníase na juventude. Chegou à antiga Colônia Santa Marta na década de 1983, onde morou por 11 anos. Tadeu encontrou na arte a superação das adversidades impostas pelo tratamento, pois aprendeu desde cedo, usar o pincel como coadjuvante em processo terapêutico, que lhe dava a chance de externar seus sentimentos e assim ele ganhava olhares além da pena por estar doente. Hoje, Tadeu é curado, vive bem e da sua arte, e não se sente vitimado pela hanseníase.

Naiclea Silva (texto e foto)/Agir

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo