Estudo da SES prevê redução de gastos anuais de mais de R$ 250 mil com troca de medicamentos por Aripiprazol no tratamento de esquizofrenia

Estudo de profissionais do Governo de Goiás aponta ainda mais benefícios à saúde dos pacientes, pois a medicação sugerida tem menor risco de efeitos adversos

pesquisa da SES-GO aponta economia e menor risco de efeitos metabólicos adversos com medicamento

​O uso do Aripiprazol pela Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) para tratamento de esquizofrenia pode gerar economia de mais de R$ 250 mil reais por ano para o Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás. É o que aponta estudo realizado pelo sanitarista Aurélio Melo Barbosa, a economista Cláudia Aparecida Rodrigues e a fisioterapeuta e subsecretária de saúde da SES-GO, Luciana Vieira.

Publicado na Revista Científica da Escola Estadual de Saúde Pública de Goiás Cândido Santiago (Resap), o artigo científico apresenta evidências de análise econômicas em saúde no cenário do SUS e em contextos internacionais do tratamento com Aripiprazol para esquizofrenia, comparado a outros antipsicóticos de uso oral de primeira e segunda geração utilizado no sistema público de saúde brasileiro. O impacto orçamentário foi calculado seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde.

Atualmente, o protocolo clínico adotado pelo SUS para o tratamento dessa doença inclui oito medicamentos antipsicóticos: Haloperidol, Clorpromazina (típicos orais), Risperidona, Olanzapina, Clozapina, Quetiapina, Ziprasidona (atípicos orais) e Decanoato de Haloperidol (típico injetável de efeito prolongado). 

O Aripiprazol não está incluído nesse protocolo, apesar de já ter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Caso o medicamento proposto pelos pesquisadores seja incluído e padronizado para o tratamento de esquizofrenia pela SES-GO, estima-se que promoverá economia de recursos financeiros para o SUS em Goiás entre R$ 250.042,05 e R$ 407.418,41.

Crônico e incapacitante
A esquizofrenia é um transtorno crônico e incapacitante que afeta a saúde mental de pessoas de diversas faixas etárias, principalmente jovens com grande potencial produtivo. Esquizofrênicos têm maior mortalidade e menor expectativa de vida que pessoas com boa saúde mental.

De acordo com o estudo da SES-GO, a prevalência estimada de pessoas esquizofrênicas em Goiás é de 57.674 pacientes em 2021. Em 2022, serão 58.401 pacientes, 59.108 em 2023, 59.797 em 2024 e 60.466 pacientes em 2025.

No caso de ocorrer padronização do Aripiprazol pela SES-GO, cabe o estabelecimento de algumas normas que estimulem, principalmente, a substituição da Quetiapina e Ziprasidona,  que têm menor efetividade (eficácia e segurança) que o Aripiprazol.

Além de gerar economia aos cofres públicos, o uso desse antipsicótico traz benefícios para a saúde dos esquizofrênicos, pois a medicação sugerida pelos pesquisadores tem menor risco de efeitos metabólicos adversos (ganho de peso, transtorno hiperglicêmico e dislipidemia) e  perfil de eficácia similar.

O estudo apresenta algumas ressalvas quanto ao uso do Aripiprazol: deve-se priorizar a prescrição para pacientes que já fizeram uso prévio de Risperidona, Olanzapina, Quetiapina ou Ziprasidona e que tiveram falha terapêutica ou desfechos adversos metabólicos.

Para ler o artigo completo clique AQUI.

Gabriela Dutra/ Superintendência da Escola de Saúde de Goiás

Foto: banco de imagem

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