Até que as passagens de volta para Manaus sejam emitidas pelo Ministério da Saúde, quatro manauaras estão hospedados em uma casa em Goiânia. Eles recebem apoio material e psicológico

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), acolheu quatro pacientes que vieram de Manaus, no Amazonas (AM), e que receberam alta médica, nesta quarta-feira (27/01), do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP). Eles chegaram ao Estado em 18/01 em razão da crise do oxigênio e falta de leitos no AM. O Estado oferece apoio pessoal, físico e psicológico em uma casa de apoio organizada exclusivamente para recebê-los. Outras altas, incluindo de pessoas internadas no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), estão previstas para esta semana.
 
A infraestrutura do local em que os manauaras estão hospedados foi organizada pela Secretaria de Estado da Saúde, que também é responsável pelo deslocamento na capital das pessoas e apoio. A residência foi disponibilizada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds). Já a segurança do local está sob os cuidados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). A Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) disponibiliza alimentação aos acolhidos, além de kits de higiene. “A ação é importante para garantir o acolhimento humanizado aos pacientes que receberam alta e também contribui para a liberação de leitos para outras pessoas que necessitarem de vagas na rede pública”, explicou Danielle Jaques Modesto, gerente de Atenção Terciária da SES-GO.

Volta para casa
Cristina Musmanno, chefe da seção de apoio institucional e articulação federativa da Superintendência do MS em Goiás, explicou que o retorno desses pacientes será realizado com passagens emitidas pelo Ministério da Saúde. “São pessoas que já estão no período adequado para voo. Até que todos retornem para suas residências, executaremos essa força-tarefa para cuidar de cada um deles”, ressaltou Musmanno.

“Diante da dificuldade enfrentada em Manaus, a vinda foi uma benção. Eu lamento que outros não vieram. Chegando aqui foi tudo diferente e fui tratado de forma bem humana. O Governo de Goiás está de parabéns, pois se já tratam a gente que é de fora bem desse jeito, imagina o pessoal que mora aqui?”, relatou João Bosco Couto de Araújo, de 60 anos. Ele aguarda ansioso a volta para o AM para reencontrar a esposa, que também teve Covid-19 e, apesar de ainda estar hospitalizada, segue  em fase de recuperação.

“Infelizmente chegamos na situação do Estado em que a gente vive não conseguir prestar assistência a todos. A vinda foi rápida e providenciada. Aqui fui bem recebida, com suporte médico e hospitalar”, contou Priscila Lima Roque, de 37 anos. Apesar da alegria de voltar para casa, ela relata que ainda aguarda a alta do marido, que está hospitalizado no HC-UFG. “Vou voltar na espera para que tudo também fique bem para ele”, declarou. 

Apoio psicológico
Ao chegarem na residência, as pessoas foram recebidas com cartazes e frases de incentivo, deixando o ambiente um pouco mais alegre e acolhedor. Esse acolhimento foi preparado pela equipe de Saúde Mental da SES-GO. A gerente da área, Joice Duarte, destacou que foi criado um grupo de apoio emocional com psicólogos, assistentes sociais da coordenação do migrante da Seds e representantes da Organização Médicos sem Fronteiras para suporte aos pacientes.  “O objetivo é elaborar um protocolo de atendimento psicossocial enquanto eles estiverem no Estado de Goiás”, disse.
 
"Para essa comunidade que está fora de seu território de origem, longe dos seus vínculos e familiares, e distantes da sua cultura com adoecimentos e experimentando o luto, nosso trabalho é garantir que não fiquem sozinhos. Trabalhamos no suporte emocional para a retomada da rotina diária", explicou a gerente de Saúde Mental da SES-GO, Joice Duarte.

Maria Vitória/Comunicação Setorial
Foto: Britto