Diretora-médica da Hemorrede apresenta estudo em Jornada Científica da SES

Trabalho da hematologista que compõe grupo de pesquisadores da unidade do Governo de Goiás aborda perfil de doadores de plasma convalescente

Alexandra Vilela, diretora-médica da Hemorrede e autora do projeto

A diretora-médica da Hemorrede Pública de Goiás, Alexandra Gonçalves Vilela, apresentou na quinta-feira, 10, o estudo "Perfil sorológico de candidatos à doação de plasma convalescente para covid-19", durante a 4ª Jornada Científica da Secretaria de Estado da Saúde. Alexandra lembrou que o uso de plasma convalescente não é uma novidade da medicina, mas que requer uma melhor análise para ser usado no tratamento da covid-19. 

"O plasma convalescente já havia sido testado em situações de infecções virais graves, potencialmente fatais e sem tratamento específico, como na pandemia de H1N1, em 2009, Mers-CoV, em 2012, e ebola, em 2014. No entanto, eram poucos trabalhos científicos e o real papel da administração passiva de anticorpos ainda requer maiores estudos para comprovar sua eficácia", esclarece. 

Com a grande pandemia do coronavírus, vários centros médicos de pesquisa, no mundo inteiro, iniciaram estudos para a aplicação de plasma convalescente nos casos graves da doença. Em Goiás, o Hemocentro Coordenador, com apoio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), formulou dois projetos de pesquisa,

Os títulos dos estudos são a "Captação e coleta de plasma convalescente em portadores da covid-19" e "Uso de plasma convalescente em portadores da covid-19",  que foram aprovados pela Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep). "No primeiro trabalho, foi coletado o plasma de casos confirmados que tiveram a doença e já estavam recuperados. Já no segundo, o plasma foi utilizado em pacientes agudamente doentes e com formas graves da covid-19", esclarece.

Durante a Jornada da SES, Alexandra apresentou a análise dos resultados dos exames de sorologia dos doadores de plasma convalescente. "Um dado que chamou a atenção é que os pacientes que tiveram formas mais graves de covid-19 apresentaram níveis mais elevados de anticorpos protetores, enquanto que os pacientes com formas clínicas mais leves tiveram níveis menores de anticorpos protetores." 

A médica chama a atenção para esse dado, uma vez que pesquisadores do mundo todo ainda estão analisando o tempo que a imunidade para o novo coronavírus perdurará no organismo. "A infecção pelo novo coronavírus ainda é um desafio para ciência e muitas pesquisas serão necessárias para um melhor entendimento da doença", afirma Alexandra. O estudo que avalia a aplicação do plasma nos pacientes com a forma grave de covid-19 ainda está em andamento.

Thalita Braga (texto e foto)/Idtech

 

 

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