Hugo cria projeto Nossas Histórias para homenagear pacientes

Primeiro a contar trajetória de vida, Assiz de Sousa, 59 anos, é atendido na unidade do Governo de Goiás há quatro anos e fala sobre sua instituição sem fins lucrativos, que atende crianças

Assiz Sousa, com colaboradores do Hugo, onde é atendido semanalmente: “Agradeço por ser reconhecido”

Para humanizar ainda mais o atendimento e diminuir os efeitos negativos da internação, o Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do Governo de Goiás, desenvolve o projeto Nossas Histórias. Idealizada pela coordenadora do Serviço de Relacionamento e Ouvidoria do Hugo, Ariana Leonel, a ação conta um pouco da vida dos pacientes que são atendidos no local.

“Nossa ideia é contar histórias das pessoas que estão envolvidas com o hospital. O intuito é ouvir as pessoas que passam por nós, pois, às vezes, não temos noção do impacto que causamos na vida delas. Vamos ouvir, escutar e homenagear esses pacientes que contribuem tanto para a sociedade”, explica Ariana. 

A coordenadora ressalta que o Hugo quer conhecer os pacientes. “Nós queremos estreitar o vínculo que temos com nossos usuários e reconhecer como essas pessoas são importantes para a sociedade. Com a ação, conseguimos também sensibilizar as equipes, mostrando que existem pessoas no Hugo que passam por várias lutas, enfrentam dificuldades e, ainda assim, têm uma capacidade de amar tão grande. É enxergar o ser humano atrás de tudo o que o nosso trabalho faz”, afirma. 

Primeira história
O primeiro a participar do projeto é Assiz de Sousa Calisto, de 59 anos. Ele é paciente do Hugo há quatro anos. Diagnosticado com diabetes, perdeu uma perna para a doença. Desde então, luta diariamente para manter o outro membro inferior. O que mais chama a atenção é a garra e a gentileza que ele tem com os outros à sua volta. Morador de Aparecida de Goiânia, Assiz vai ao Hugo toda semana para refazer curativos. Ele tem uma creche, que cuida de mais de cem crianças para que os pais possam trabalhar.

O Hugo chegou à história de Assiz por meio do vigilante da unidade Vagner Adriano de Mendonça; Emocionado com as ações que o paciente desenvolve, ele procurou o Serviço de Relacionamento e Ouvidoria do hospital. “Trabalho aqui há quatro anos e sempre percebi a forma com que ele procura ajudar as outras pessoas que vêm ao hospital. Então, pensei em contar a história, como uma forma de mostrar que o Hugo é feito de pessoas que cuidam de outras pessoas, que se doam pelo bem”, relata.

Assiz de Sousa fundou a Sociedade Vida e Esperança (Sovesp), instituição sem fins lucrativos que há 20 anos cuida de crianças no Jardim Itapuã, em Aparecida de Goiânia. Ele conta que no primeiro dia de funcionamento da instituição, 36 crianças foram acolhidas. “Nós víamos a carência da nossa região, mães que precisavam trabalhar e não tinham com quem deixar os filhos. Em 2000, tivemos a ideia de montar a creche. É um trabalho muito árduo que cresceu muito. Atendemos crianças de 1 ano e meio a 5 anos”, explica.

O aposentando e toda a família se dedicam à Sovesp. “Tudo o que fazemos é em benefício dessas crianças. Nosso tempo é dedicado à creche. Há quatro anos temos um convênio com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), e os universitários prestam serviços no local. Tenho muito orgulho de falar que assinei bolsa universitária de crianças que passaram pela instituição. São muitas histórias, e ainda vou escrever um livro sobre o meu trabalho, me sinto realizado”, revela.

“Chegou um rei”
Ele afirma ainda que se sente muito agradecido ao Hugo por ouvir e contar sua história. “Tem quatro anos que faço tratamento aqui e, quando chego, parece que chegou um rei. É gratificante o hospital falar sobre minha história. Eu agradeço por ser reconhecido pelo trabalho que eu faço”, relata.

Além de doações, a instituição de Assiz de Sousa tem convênio com a prefeitura de Aparecida de Goiânia, que cede professores e monitores para atuarem na creche. Quem quiser somar a essa rede do bem pode entrar em contato com os telefones da instituição: (62) 3518-3967 e (62) 98464-4157.

Julianna Adornelas (texto e foto)/INTS
 

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