Voluntários incentivam doação de sangue e medula no Hemocentro de Jataí

Ação na unidade do Governo de Goiás é marcada por homenagens e celebração pela recuperação de paciente que passou por transplante

Christiano Peres repassa troféu conquistado por ele a Myrian Queiroz e Denise Goulart

Após ser homenageado pela Hemorrede Pública de Goiás, no Dia Nacional do Doador de Sangue, Christiano Peres, doador há 24 anos, decidiu retribuir a homenagem a todos os voluntários do Hemocentro Regional de Jataí, cidade onde ele reside. Peres fez questão de ir à unidade do Governo de Goiás, na terça-feira, 8, e entregar o troféu que recebeu durante o evento, em Goiânia, à responsável técnica e médica da unidade, Myrian Carolina Queiroz. 

"Na verdade, eu não fui o único homenageado, esse mérito é de todos os doadores de sangue da nossa cidade e de Goiás. Então, nada mais justo que eu trazer esse troféu, que foi direcionado a mim, aqui para o Hemocentro, para que todos os voluntários que venham ao banco de sangue possam ser homenageados também", disse Peres.

As irmãs Letícia Baldo e Marília Baldo também foram ao Hemocentro de Jataí para reforçar a importância da doação de sangue e o cadastro de medula óssea. Em agosto deste ano, Elisa Baldo, 26 anos, a caçula das três irmãs, recebeu uma doação de medula de Letícia para tratar uma leucemia linfoide aguda (LLA). Elisa segue em recuperação, em São Paulo, enquanto, em Jataí, suas irmãs estão empenhadas em chamar a atenção da comunidade para importância do voluntariado. 

"Felizmente, na nossa família, tivemos alguém compatível, mas quantas pessoas estão na fila de transplantes aguardando um doador?", questiona Marília. Ela lembra que o ato de doar pode ir muito além. "Quem não pode doar medula, doa sangue, doa cabelo, doa tempo. Neste período do tratamento da minha irmã, nossa família pôde perceber o valor da união, do acompanhamento psicológico e físico, do diagnóstico precoce", diz.

Redome
Com cadastro de medula óssea desde 2009, Marília realizou uma doação de sangue, enquanto Letícia fez o seu cadastro no Registro Nacional de Medula Óssea (Redome). "Nós sentimos a necessidade de vir aqui, gravar vídeos para as redes sociais e mostrar para as pessoas como um gesto tão simples pode mudar a vida de uma pessoa", pontuou Letícia. 

Já totalmente recuperada da doação de medula que fez para irmã, Letícia disse que fez questão de efetivar seu cadastro para que, em caso de compatibilidade, possa contribuir para o tratamento de outra pessoa. 

"Quando a gente não passa pela experiência na família, talvez não perceba a necessidade que é, porque é muito fácil você doar para alguém que é da sua casa. Outra coisa é você fazer essa doação para alguém anônimo. Então, eu quero ser essa esperança na vida de outras pessoas, porque quando você faz essa doação, não é só paciente que está sendo salvo, é a família toda", ressalta.

Para a diretora-geral da Hemorrede Pública de Goiás, Denyse Goulart, que esteve em Jataí para acompanhar a ação, o envolvimento da comunidade é fundamental para a ampliação do número de voluntários frequentes no banco de sangue e também para elevação do número de pessoas cadastradas no Redome. 

"O voluntário é o principal responsável pela manutenção dos estoques de sangue na Hemorrede Pública de Goiás. São graças a eles que hoje nós atendemos mais de 200 unidades de saúde com a distribuição de hemocomponentes", afirma. Denyse chama a atenção também para dificuldade de encontrar doadores de medula compatíveis para os pacientes que não encontraram um entre os seus familiares. 

"A chance de um paciente encontrar um doador não aparentado compatível é de 1 em 100 mil. Hoje, a compatibilidade disponível é de cerca de 25% nas famílias brasileiras. Então, 75% dos pacientes precisam recorrer à população em geral para encontrar doadores compatíveis", ressalta.

Quem pode doar
Para realizar o cadastro de doador de medula óssea é necessário ter entre 18 a 54 anos de idade, estar em bom estado de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante e não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico. 

"Para o cadastro, basta ir até umas das unidades Hemorrede com documento oficial com foto e realizar um cadastro. Em seguida, será coletada uma amostra de sangue (5 ml) para realização do teste de compatibilidade (HLA)", esclarece a diretora. O transplante de medula óssea beneficia o tratamento de cerca de 80 doenças diferentes incluindo câncer, leucemias, linfomas e anemias.

Thalita Braga (texto e foto)/Idtech

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