Hugol apresenta resultados de sua “nova Emergência” em reunião no Hospital Sírio-Libanês

As melhorias implementadas no atendimento de Urgência e Emergência do Hugol – Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira foram apresentadas durante a reunião de encerramento do projeto do Ministério da Saúde, “Excelência Operacional nas Emergências do SUS”, realizada no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês na terça-feira, 19.

As melhorias implementadas no atendimento de Urgência e Emergência do Hugol – Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira foram apresentadas durante a reunião de encerramento do projeto do Ministério da Saúde, “Excelência Operacional nas Emergências do SUS”, realizada no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês na terça-feira, 19.

Os resultados obtidos a partir da metodologia Lean – filosofia de processos enxutos, priorizando o que agrega valor ao paciente -, e outras ferramentas de gestão aplicadas no hospital, foram expostos em apresentação conduzida pela Diretora Administrativa do Hugol, Andréa Prestes. Participaram do evento o Secretário de Estado da Saúde de Goiás, Leonardo Moura Vilela, a diretoria e equipes de trabalho do Hospital Sírio-Libanês, bem como os representantes do Hugol e dos demais hospitais participantes do projeto.

“Um dos grandes desafios para a saúde pública no Brasil é o gerenciamento eficiente da porta de entrada das unidades de saúde para evitar a superlotação e garantir um atendimento resolutivo aos pacientes do Sistema Único de Saúde. Nesse quisito, o Hugol alcançou excelentes avanços e resultados”, explica o secretário Leonardo Vilela sobre o projeto.

De acordo com o Diretor Geral do Hugol, Hélio Ponciano Trevenzol, o desafio é fazer a diferença também na porta de entrada: tornar o atendimento da Emergência com o mesmo padrão de humanização das unidades de internação. “A meta do Hugol é ser referência no atendimento humanizado desde a Emergência. Estamos sendo audaciosos nessa perspectiva, mas isso é mais do que um desafio, é nossa razão de ser”, explica o médico.

Atendendo mais e melhor

Luiz Antônio Fernandes Santos, 18, deu entrada na Emergência do Hugol no dia 19 de novembro. Vítima de um acidente de trânsito, ele conta que o atendimento foi rápido e que não esperava essa qualidade em um hospital público. O paciente narrou que ficou com muito medo devido à gravidade do acidente, pois estava perdendo muito sangue, mas a assistência realizada pelos profissionais o fez se sentir mais seguro.

Nessas ocorrências, além do próprio paciente, as mães ficam muito inseguras e com receio das consequências do acidente. Lúcia Helena Clementina dos Santos, mãe do jovem adulto, conta: “Foi um susto imenso, eu imaginei que ele ia ficar em filas de espera, como em outros hospitais que a gente vê. Imaginei que ia ser muito complicado. Surpreendi-me muito, pois rapidamente ele já estava em atendimento no hospital. Fiquei bem mais tranquila. Estou encantada, é um hospital excelente”.

Luiz Antônio é mais um dos vários pacientes acolhidos na Emergência do hospital. De julho de 2015 a junho de 2017, em dois anos de funcionamento do Hugol, já foram realizados mais de 118 mil atendimentos na Urgência e Emergência, resultando em uma média mensal de 4.952 atendimentos dedicados a adultos e crianças, vítimas de traumas e urgências clínicas. A partir do segundo semestre de 2017, com a melhoria nas rotinas intra-hospitalares e o aumento na capacidade de leitos, o hospital passou a executar uma média mensal de 6.366 atendimentos, considerando os dados de julho a outubro de 2017, o que representa um aumento de 29%.

Trevenzol ressalta que a consultoria foi uma grande oportunidade para o hospital, que recebeu a capacitação através da experiência do Sírio-Libanês: “Em outubro colocamos em prática o piloto da reformulação de nossos processos assistenciais e de apoio na Emergência do Hugol. Os resultados iniciais demonstram uma maior efetividade no atendimento, possibilitando atender mais pessoas com maior qualidade”.

Novos fluxos

As pessoas inconscientes, em choque, com parada cardiorrespiratória, vítimas de acidentes de trânsito ou em urgências clínicas, geralmente resgatadas pelo SAMU e pelo Corpo de Bombeiros (SIATE), entram diretamente para os boxes da Emergência. Após a assistência inicial imediata, os pacientes já seguem para os exames, procedimentos cirúrgicos ou UTI, a depender da conduta estabelecida.

Pacientes que chegam andando, com bom nível de consciência, entram pela recepção, retiram uma senha no totem, fazem o cadastro e são acolhidos. A primeira etapa é a classificação de risco, momento em que o paciente é identificado a partir de sua gravidade por um profissional enfermeiro. Depois o paciente é triado por um profissional médico, que avalia quem deve seguir com o atendimento hospitalar e quem será encaminhado para a atenção básica de saúde.

A assistência integral e todos os procedimentos necessários para o diagnóstico e condução terapêutica do paciente ocorrem na Sala de Atendimento. Após a realização de todos os exames necessários, a Sala de Decisão Clínica é o local em que o paciente espera a reavaliação e conduta final em relação a sua assistência na Emergência. Depois desse procedimento, o paciente pode receber alta hospitalar, ficar em observação ou aguardar procedimentos de internação ou cirúrgicos nas unidades de Observação, ou mesmo encaminhamentos referenciados externos – quando o paciente não é perfil da unidade.

“Para implementar esse novo fluxo, com tempos meta tão desafiadores, realizamos diversos estudos e análises para entender como poderíamos criar espaços de atendimento e caminhos assistenciais eficientes, em que os profissionais se movimentam, ritmados, para ofertar o melhor atendimento possível ao paciente”, esclarece Trevenzol.

Dentre as melhorias sistêmicas desenvolvidas pela equipe do hospital para impactar no aperfeiçoamento da Urgência e Emergência, também podem ser destacadas as ações aplicadas nos processos de assistência inicial aos pacientes, o tempo de giro dos leitos de internação, com altas hospitalares mais eficientes, os procedimentos cirúrgicos, o núcleo interno de regulação (NIR) e a admissão de pacientes nas unidades de terapia intensiva (UTIs).

Indicadores de desempenho

Um dos principais indicadores utilizados para analisar a situação da Emergência do Hugol foi o NEDOCS, ferramenta internacional para o estudo de superlotação das emergências. Por meio de diversos parâmetros, como a taxa de ocupação dos leitos, número de pacientes em ventilação mecânica, número de leitos operacionais etc, a ferramenta calcula um índice do comportamento da emergência da unidade. Em agosto e setembro, o Hugol demonstrava uma pontuação de 250 e 267, respectivamente, demonstrando que estava além do limite adequado, em situação de superlotação. Após as mudanças intra-hospitalares, a pontuação caiu para 115 e 101 em outubro e novembro, resultando em uma redução de 62% da superlotação, o que denota que atualmente está dentro dos limites considerados adequados, resultado maior que a própria meta do projeto, que era a diminuição de 30% do NEDOCS mensal.

O LOS, compreendido como o tempo médio do atendimento na Emergência, reduziu em 55% para pacientes sem internação e 58% para pacientes com internação. Ou seja, como exemplo, em agosto desse ano, os pacientes sem internação tinham um atendimento que durava um tempo médio de 7,35 horas e em novembro passou a ser 3,27 horas.

O tempo médio de permanência no hospital também reduziu em consequência da melhoria nos processos internos para a condução eficiente do plano terapêutico: de 9,15 dias, em agosto, caiu para 6,64 dias, em novembro, demonstrando redução de 27%. Diversas ações de monitoramento e melhorias também foram feitas no processo de alta, que passou de 10,33 horas para 3,35 horas, reduzindo 68%, permitindo que um maior número de pessoas possam ser internadas, em menos tempo.

O Diretor Geral do Hugol ressalta que os principais pontos alcançados com o projeto foram: a melhora do tempo de passagem do paciente pelo serviço de Urgência e Emergência; a redução do tempo médio de permanência; o aumento do giro de leitos; a redução da superlotação, possibilitando uma assistência com maior qualidade; culminando, por fim, na satisfação dos usuários e também dos colaboradores atuantes na unidade. “Todas as unidades participantes do projeto alcançaram resultados significativos, entretanto, percebemos que os avanços obtidos pelo Hugol superaram as expectativas, foram expressivos”, explica Trevenzol.

Saiba mais sobre o projeto

Um dos grandes desafios da saúde pública no Brasil é evitar a superlotação e garantir um atendimento resolutivo aos pacientes do SUS, dificuldade que também foi enfrentada pelo Hugol, mesmo sendo uma unidade recém-inaugurada. Para solucionar essa situação, o hospital buscou sua inserção no projeto “Excelência Operacional nas Emergências do SUS”, do Ministério da Saúde, com consultoria do Hospital Sírio-Libanês.

O projeto teve duração de agosto a dezembro de 2017, com as seguintes etapas: diagnóstico, desenvolvimento de planos de ação, melhoria dos processos, estabelecimento de protocolos clínicos e aprendizado com as boas práticas.

O gerente do projeto “Excelência Operacional nas Emergências do SUS”, Ricardo Bertolucci, responsável pelos seis hospitais participantes na consultoria, explica que “esse projeto foi uma demanda do Ministério da Saúde junto ao Hospital Sírio-libanês com o objetivo de reduzir o problema de superlotação nas emergências do SUS. Como o Hugol é um hospital recente, o Ministério entendeu que seria a melhor escolha”.

De acordo com o Dr. Welfane Cordeiro, consultor e gerente técnico do projeto, “hoje o que chamamos de superlotação do serviço de urgência vem a partir de um consenso que foi feito em Boston (EUA). A superlotação não é um problema só do Brasil: aqui temos nossas peculiaridades, mas é um problema que está acontecendo em praticamente todos os serviços de urgências do mundo e os profissionais estão tentando enfrentar essa situação através de novas metodologias e da utilização de métodos de outras áreas. Estamos trazendo algumas experiências internacionais e aplicando-as nesse projeto”.

Além do Hugol, que representou Goiás e o Centro-Oeste do país, outras cinco unidades participaram do projeto, hospitais localizados em São José (SC), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Palmas (TO) e São Paulo (SP). Marco Bravo, consultor de excelência operacional do Sírio-Libanês, conta que “o Hugol teve um excelente desenvolvimento e progresso na execução das iniciativas, o que expressa muito bem sua capacidade de gestão e motivação no projeto. Os indicadores estão avançando bastante e a capacidade operacional está definida e controlada”.

O médico e consultor de expertise em emergências, Dr. Luiz Ronaldo Huber, complementa que “foram implantadas várias melhorias no processo com base nas ferramentas da metodologia Lean. Sabíamos que o Hugol tem grande potencial, capacidade gestora e dedicação da equipe em nível gerencial e operacional. Trabalhando com o Ministério da Saúde, juntamente ao Sírio-Libanês, um hospital de excelência e referência em atendimento, isso tem muito a somar”.

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