Paciente fica 33 dias internado na UTI e recebe alta do HCamp de Goiânia 

Caminhoneiro Moiseniel Alves dos Santos deu entrada na unidade do Governo de Goiás em estado gravíssimo de Covid-19, com 75% dos pulmões comprometidos

O sorriso estampado nas fotos reflete o renascimento da vida do paciente Moiseniel Alves dos Santos, de 57 anos, morador de Acreúna. Casado e pai de três filhos, o caminhoneiro deu entrada no Hospital de Campanha para Enfrentamento ao Coronavírus (HCamp) de Goiânia na noite de 2 de outubro, em estado gravíssimo, e foi encaminhado diretamente para um leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Na madrugada do dia seguinte, foi intubado, passando a respirar com o auxílio de aparelhos. Seus pulmões estavam com 75% de comprometimento. A equipe médica e multiprofissional da unidade do Governo de Goiás adotou todas as medidas necessárias para salvar a vida do caminhoneiro, que ficou 46 dias internado. Desses, 33 dias foram de cuidados em um leito de UTI – 25 dos quais respirando com suporte ventilatório. No dia 5 de novembro, Moiseniel teve alta médica da UTI e continuou o tratamento na enfermaria.

Na terça-feira, 17, ao lado da esposa, Sandra Arantes Santos, antes de deixar o hospital, o paciente relembrou, emocionado: “Eu não acreditava nessa pandemia, achava que era um simples resfriado. Só que não. Perdi três amigos caminhoneiros no Tocantins. Me dói até hoje relembrar disso. Eram três pais de família que ganhavam a vida alimentando outras famílias, pois transportamos soja de norte a sul neste Brasil.” 

Ele também ressaltou a qualidade do atendimento recebido. “Graças a Deus, tive a sorte de ser tratado no HCamp. Aqui, a estrutura é de primeiro mundo, não me faltou nada. Todos os profissionais são acolhedores e educados. Tenho conhecimento que tomei remédios de alto custo e que esses heróis da saúde não mediram esforços para restabelecerem a minha saúde”.

O caminheiro fez questão de alertar: “Por isso, peço a todos que se cuidem, usem máscaras, respeitem o distanciamento social, higienizem as mãos. Essa doença é muito forte, em apenas cinco dias eu já estava muito ruim e quase morri. Além disso, meus três filhos também foram infectados pelo coronavírus”

Superação
Diretora técnica do HCamp de Goiânia, Marina Roriz avalia a recuperação de Moiseniel como superação. “Ele é um assistido fora do grupo de risco e que estava muito grave. É um caso que nos surpreende positivamente. Nós fizemos de tudo para salvar a vida do senhor Moiseniel e ele teve uma boa resposta em relação ao tratamento”. Foram várias complicações clínicas em decorrência de um longo período de internação. Como, por exemplo, a infecção bacteriana, em que utilizamos antibiótico de largo espectro de alto custo. Ele vai continuar o tratamento de reabilitação em casa e próximo da sua família. Sua alta médica representa uma conquista grandiosa para todos nós”, relatou.

Para o diretor-geral da unidade, Guillermo Sócrates, a internação de Moiseniel traduz o impacto da doença na sociedade. “Uma vez que, com uma condição de saúde prévia satisfatória, a Covid-19 ocasiona um quadro grave com significativas repercussões na vida dos pacientes. Apesar de toda a experiência do nosso corpo clínico, adquirida ao longo de meses de prática, a evolução de cada caso ainda é variável e individual. Por isso, as medidas e os cuidados devem ser mantidos para evitarmos novos casos e para que nós não tenhamos uma segunda onda da doença, em Goiás”, avaliou o médico infectologista.

Clínico geral da enfermaria do HCamp de Goiânia, Renata Costa, 29 anos, estava realizada com a recuperação de Moiseniel. “É gratificante ver ele recuperado e retornando para o convívio dos seus entes queridos. Essa é a nossa missão: salvar vidas. E vivenciar esse processo não tem preço. Como médica, nunca pensei que ia atuar em uma pandemia. Mas tenho aprendido muito como profissional da área da saúde e ser humano”, contou.

Monique Arruda/Agir (texto e fotos)

Governo na palma da mão

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