Fisioterapeuta descreve relato emocionante após alta de paciente

Profissional narra cotidiano da luta para salvar pessoas da Covid-19 no Hospital Regional de Itumbiara, unidade do Governo de Goiás na região sul do Estado

Antônio recebe último atendimento da fisioterapeuta antes de receber alta

O mês de outubro – quando se comemora o Dia do Fisioterapeuta, no dia 13 – começou marcado pela emoção no Hospital Regional de Itumbiara São Marcos de Itumbiara, com relato de uma profissional que atua diariamente na linha de frente do combate à Covid-19. 

Após mais uma alta na unidade do Governo de Goiás na região sul do Estado, a fisioterapeuta Lorena Carolina narrou o cotidiano daqueles que trabalham incansavelmente para vencer o coronavírus.

O paciente que inspirou Lorena é Antônio de Oliveira Costa Filho, de 53 anos. Ele deu entrada no hospital no dia 20 de setembro, com sintomas causados pelo coronavírus. Foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, após melhora do quadro, seguiu para a enfermaria, até receber alta. 

Fisioterapeuta é o profissional que desempenha função vital no tratamento e recuperação dos pacientes acometidos pela Covid-19. Ele é responsável pelo controle da função cardiorrespiratória. 

Confira o relato de Lorena Carolina
“Um novo mês chega. E começa mais um ciclo deste ano, que foi assustadoramente confuso. E triste. Uma doença nova, silenciosa e devastadora, que separou pais e filhos, tios, amigos e conhecidos. 

Porém, neste dia, eu comemoro a vida, sim. Mais um paciente vai pra casa. Hoje é a vez do sr. Antônio, que esteve na UTI, passou pela enfermaria e ganhou a tão sonhada e esperada ‘alta hospitalar’, porque, em casa, os cuidados vão continuar.

Acordo todos os dias pedindo a proteção de Deus, para que ande comigo nos corredores, nos leitos. Pois só quem está dentro de um hospital de campanha sabe que, a cada dia, uma surpresa nova nos é dada. 

Tem dias que, ao final do plantão, ao entrar no carro, a tristeza chega, o pranto desce. Quantas vidas já se perderam? Quantas ainda irão? 

E, em contrapartida, as altas também chegam. E como chega. É uma alegria sem fim. Vejo diariamente a confirmação de Deus em cada olhar, em cada movimento. 

Sou fisioterapeuta, toco com as mãos e com coração, auxílio procedimentos, converso com equipe e seguimos, juntos, dia a pós dia – fora os estudos, né?

Às vezes, somos surpreendidos, no meio do plantão, com intercorrências. E são várias. Tem dias que nem a evolução conseguimos realizar. A exaustão chega; o choro, também. E, logo, Deus nos dá forças para continuarmos a seguir em frente. 

Dia após dia, com fé em que dias melhores estão vindo. E com a certeza de que, dessa vida, nada se leva. Se cuide, fique em casa, se puder. E peça a Deus sua proteção."

Juliana Adornellas (texto e foto)/INTS

 

Governo na palma da mão

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