Cinco pessoas recebem órgãos captados no Hugo

Doador era um homem de 48 anos, de Goiânia, que teve morte cerebral constatada e a família optou pela doação de órgãos. Fígado foi para o Paraná; Rins para o Rio Grande do Sul; e pacientes de Goiás receberão as córneas

 

O plantão da madrugada deste dia 3 de setembro no Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) teve uma ação especial. A doação de órgãos de um paciente de 48 anos durou todo o início do dia e, antes do raiar do sol, cinco órgãos foram captados para beneficiar famílias do Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás. Até julho deste ano, levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás aponta que 59 pacientes receberam órgãos captados no Hugo. Conscientização da família de um possível doador é essencial.    

Já era mais de 1h30 da madrugada, quando médicos captadores do fígado desembarcaram em Goiânia, vindos do Paraná. São profissionais altamente capacitados para que possam fazer a remoção do órgão, armazenamento e, enfim, encaminhá-lo para chegar a tempo até o receptor. Assim que essa equipe finalizou a captação, outra assumiu a cirurgia.

A retirada das córneas foi possível por equipe de profissionais de Goiás, que já as encaminharam para serem transplantadas também em pacientes do Estado. Quanto à cirurgia para a retirada dos rins, também desempenhada por profissionais captadores de Goiás, o procedimento só encerrou após a 6 horas da manhã. Ambos os órgãos seguiram para o Rio Grande do Sul e embarcaram em voo comercial às 10h55, partindo do Aeroporto Internacional Santa Genoveva, em Goiânia.

“Este é um momento em que alguém se despede de quem ama. É preciso entendermos o momento de dor da família que perde uma pessoa. Neste mesmo contexto, trabalhamos para conscientizar e alertar que a vida pode ter continuidade em outro corpo. Nesta situação, a família autorizou a captação dos órgãos, que rapidamente foram aceitos por pacientes que tinham o perfil para recebê-los em outros lugares do País”, disse a diretora-geral do Hugo, Dulce Xavier.

Para que isso aconteça, é importante que quem tenha interesse em doar os órgãos demonstre em vida aos próprios familiares. A família tem de ser comunicada pelo parente sempre que possível, e isso é o papel chave para que aconteça um ‘sim’, na hora em que chega a possibilidade de doação de órgãos.

Para a captação de um só órgão, seguramente, mais de cem pessoas podem ser envolvidas no processo. Desde enfermeiros, médicos e técnicos que atuam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Hugo, como nessa situação; os profissionais das OPOs; de diversas unidade da Secretaria de Estado da Saúde, como a gerência de Transplantes, Lacen-GO e Hemocentro; Grupo Técnico de Assessoramento (GTA) da Central Nacional de Transplantes (CNT), do Ministério da Saúde; Força Aérea Brasileira (FAB); e muitos outros.

DADOS DE CAPTAÇÕES NO HUGO – Janeiro a Julho de 2020

59 notificações de morte encefálica (total do Estado: 195);

29 entrevistas realizadas (das 59 notificações, apenas as 29 eram indicadas / possível fazer a entrevista com a família);

12 doações efetivadas (infelizmente o índice de recusa familiar ainda é muito grande, é neste contexto que trabalhamos com profissionais de saúde e sociedade);

Órgãos
23 rins captados;
10 fígados captados;
2 coração captados;
24 córneas enucleadas.

Jairo Menezes (texto e foto)/INTS

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