Com 5 mulheres na diretoria, Hemorrede dá exemplo de gestão em Goiás 

As nove unidades da rede de bancos de sangue contam, ao todo, com 94 mulheres, para atuarem no atendimento médio anual de 85 mil pessoas no Estado

Se o lugar de mulher é onde ela quiser, Denyse Goulart, Núbia Borges, Alexandra Vilela, Cáritas Franco e Ana Cristina Novaes conquistaram, com muito trabalho e dedicação, seus espaços na Hemorrede Pública de Goiás. Juntas, elas compõem a diretoria da rede de bancos de sangue do Governo de Goiás, que hoje conta com nove unidades físicas e uma unidade móvel de coleta, e que tem ainda outras 94 mulheres em diversos postos de trabalho.

Denyse é enfermeira, com formação em ISO 9001, e está na Diretoria-Geral do Hemocentro desde julho de 2019, comandando um time de 127 colaboradores. Ela conta que estar à frente da direção da Hemorrede é a experiência mais desafiadora de sua carreira profissional. "Nós temos a missão de reestruturar um serviço público que é um elo para a garantia da saúde pública, imprimindo maior qualidade na assistência hemoterápica. Sendo mulher, o desafio se amplifica ainda mais, pois, além das atribuições do trabalho, tenho que me dedicar ao papel de mãe de uma criança de 5 anos e de esposa", conta.

Com 14 anos de trabalho no Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), organização social responsável pela gestão da Hemorrede, Núbia Borges é especialista em logística e transporte e, desde julho de 2019, assumiu a Diretoria-Administrativa. “Estar hoje compondo a diretoria da Hemorrede Pública de Goiás é um privilégio muito grande para mim, como pessoa, e traz também uma representatividade enorme para todas as mulheres que estão assumindo cada vez mais papéis de destaque. Isso é reflexo de um passado de luta para que chegássemos a este momento", afirma. 

Núbia garante que o time feminino da Hemorrede chegou para fazer história, buscando melhorias, qualidade e, principalmente, a conquista do selo ONA 2 para o Hemocentro Coordenador Professor Nion Albernaz, de Goiânia, ainda em 2020.

Mulher pesquisadora
Em setembro de 2019, foi criada a Diretoria de Ensino e Pesquisa na Hemorrede, e a médica e especialista em pediatria Cáritas Franco também passou a compor a equipe da unidade. Ela fala, da mesma forma, do orgulho de representar uma categoria tão importante: a da mulher pesquisadora. "Isso me enriquece muito profissionalmente, porque compartilho diariamente experiências com a nossa equipe", afirma.

Profissional de carreira do Estado, a médica hematologista Alexandra Vilela trabalha no Hemocentro desde 2005, mas foi em novembro de 2019 que assumiu a diretora-médica da unidade. A médica conta que a experiência de trabalhar em uma diretoria trouxe muitos aprendizados. "A oportunidade de poder trabalhar com outras mulheres, expondo minhas dúvidas e experiências, sem nenhum tipo de imposição e com muito respeito, também é um diferencial. Me sinto valorizada", destaca. Ela pontua ainda todo o ganho profissional que ela tem adquirido nas áreas administrativa, de gerência médica e compra insumos.

Em fevereiro de 2020, o time ficou completo. A biomédica e especialista em gestão de qualidade Ana Cristina Novaes chegou para arrematar o time do Hemocentro. Ela conta do entusiasmo com o qual abraçou o desafio de compor a diretoria da Hemorrede, tendo como meta a acreditação do Hemocentro Coordenador, gerando melhorias nos processos, promovendo ainda mais a satisfação e segurança do paciente.
"É com muita honra que retorno ao Hemocentro, onde estive no período entre 2000 a 2005, inicialmente no setor de Distribuição e depois como gestora da Qualidade. É gratificante representar os biomédicos como diretora-técnica, principalmente por fazer parte de uma diretoria feminina, um time de cinco mulheres comprometidas com a missão de inserir o Hemocentro no grupo seleto dos bancos de sangue da rede pública referência no País", afirma.

Dos 127 colaboradores da Hemorrede, 99 são mulheres. Enfermeiras, médicas, copeiras, recepcionistas, biomédicas, técnicas em enfermagem, fisioterapeutas, odontólogas, administradoras e serviços gerais. Muitas delas também são mães, donas de casa, estudam e dividem seu tempo entre a rotina da vida profissional e pessoal. Sim, elas provaram que podem estar onde quiserem. Heroínas que fazem a diferença diariamente na vida de milhares de pessoas em toda a Hemorrede Pública de Goiás.

Nova fase
Se o ano de 2019 foi bom e o ano de 2020 chegou cheio de desafios, as cinco diretoras participam de um compromisso importante: a entrega, pelo Governo de Goiás, de um novo Hemocentro Coordenador à população goiana. No meio das diversas frentes da obra e sem deixar de atender a população, Denyse, Núbia, Alexandra, Cáritas e Ana Cristina participam da maior reforma que o Hemocentro já teve. A unidade da rede estadual de Saúde terá sua área construída ampliada em 65% para atender à demanda atual dos serviços de coleta e transfusão, além de atendimento ambulatorial no tratamento de mais de dez doenças ligadas ao sangue e fornecimento de medicamento para pacientes.

A área construída passará dos atuais 1.995 metros quadrados para 3.295 metros quadrados, com a criação de um novo pavimento e estruturas próprias para a farmácia, almoxarifado, sala de descompressão e conversa, casa de geradores e sala de painéis elétricos, além de uma ala exclusiva para ensino e pesquisa, dotada de salas de aula e um moderno auditório. 

A ampliação da unidade possibilitará a instalação do dobro de poltronas, em relação às oito unidades que estão atualmente no local, e hoje fazem também a captação de plaquetas por aférese. Serão 12 poltronas para a coleta convencional e outras quatro para coleta por aférese, que ficarão em uma sala exclusiva. 

Com isso, além de reduzir o tempo de espera no atendimento, será possível oferecer um ambiente mais confortável aos doadores de sangue. A capacidade de atendimento também aumentará, passando de 264 coletas por dia para 396. Anualmente, a Hemorrede atende cerca de 85 mil pessoas com serviços de assistência ambulatorial, internação, coleta de sangue e plaquetas e exames.

Thalita Braga (texo e foto)/Idtech

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