No Brasil, em 2019, foram 18.740 novos de casos desses tumores entre homens e 12.530 entre mulheres. O tabaco representa o principal fator de risco

Hoje, 4 de fevereiro, é o Dia Mundial do Câncer. A data, criada há 20 anos pela Organização Mundial de Saúde, tem o objetivo de alertar sobre os riscos e a importância da prevenção no combate a essa doença. Segundo a OMS, os tumores malignos representam a segunda principal causa de morte no mundo, sendo que em torno das 70% dos óbitos ocorrem em países de baixa e média renda, como o Brasil.

Os cânceres do aparelho respiratório são de alto risco e dependem essencialmente de ações preventivas para evitá-los. Junto com os tumores na traqueia e brônquio, o câncer de pulmão é o segundo mais prevalente entre homens e o quarto entre mulheres, excetuando o câncer de pele não melanoma, no Brasil. Recentemente, a apresentadora Ana Maria Braga anunciou que está em tratamento contra um câncer agressivo no pulmão.

Em 2019, foram 18.740 novos de casos desses tumores entre homens e 12.530, entre mulheres, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em Goiás atingiu 590 homens e 430 mulheres. Ainda no ano passado, a doença também foi responsável por 555 internações em hospitais do SUS no Estado.

Ações preventivas

Coordenadora de Doenças e Agravos não Transmissíveis da Secretaria do Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Selma Tavares explica que o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. “Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, está associado ao consumo de derivados de tabaco”, afirma.

O risco de ocorrência desse câncer e de morte pela doença aumenta com a maior intensidade da exposição ao tabagismo. Segundo estudos do Inca, a mortalidade entre fumantes é cerca de 15 vezes maior que entre pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca de quatro vezes maior.

Reconhecendo a importância de investir na prevenção do tabagismo, o Inca criou em 1989 o Programa de Controle do Tabagismo, implantado em todos os Estados. Segundo Selma, em Goiás o Programa de Controle do Tabagismo é desenvolvido pela Superintendência de Vigilância em Saúde e tem como principal objetivo diminuir a prevalência do tabagismo por meio de prevenção e tratamento.

O Programa de Atendimento ao Usuário Tabagista está implantado em 181 municípios goianos e têm apresentado resultados bastante positivos. Além da abordagem preventiva, técnicas terapêuticas e farmacológicas vêm sendo desenvolvidas por meio da atenção primária em todos os municípios que fazem esse atendimento.

Selma informa que a tendência é ampliar o atendimento a todos os municípios goianos, possibilitando a integralidade dos cuidados à saúde, que envolvam intervenções preventivas, promoção em saúde e a busca de melhoria na qualidade de vida das pessoas que se tornaram fumantes regulares e não conseguem se livrar da dependência sem ajuda.

Maria Vitória (texto) e Iron Braz (foto)/Comunicação Setorial