Goiás é líder no ranking de transplantes de córnea

No mês do movimento do Setembro Verde, a dona de casa Núbia Damião, 33 anos, traça planos para o futuro: fazer uma faculdade, provavelmente de Engenharia, uma área de que gosta muito. Ela é portadora de ceratocone congênito e, desde criança, enfrenta problemas de baixa visão.

A solução veio na fase adulta, com a indicação de transplantes de córneas. Ela fez a primeira cirurgia em maio do ano passado e o segundo, em julho desde ano. “Estou muito feliz. Hoje consigo atravessar uma avenida, reconheço as pessoas que encontro, faço tarefas em casa”, conta a emocionada Núbia.

Casos como o de Núbia conseguiram colocar o Estado como vitrine na captação e transplantes de córneas, devolvendo a visão para milhares de pessoas. No final do mês de agosto deste ano, apenas 65 pacientes aguardavam pela doação de uma córnea. No início de 2017 eram 674 pessoas, baixando para 122 em dezembro do ano passado.

Fernando Castro, gerente da Central Estadual de Captação e Doação de Órgãos e Tecidos (CNCDO), informa que o tempo de espera por um transplante de córnea passou de dez meses para menos de mês. Essa pequena fila e o tempo de espera reduzido dão esperança para pessoas como Maria de Nazaré Santos Pereira Melo, 64 anos, funcionária pública aposentada que aguarda o transplante de córnea para o olho esquerdo. Ela já fez o do olho direito, por ser portadora de uma doença ocular.

Ranking nacional

Segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e Tecidos (ABTO), Goiás realizou 1.036 transplantes de córnea em todo o ano de 2017. De janeiro a agosto de 2018 foram realizados mais de 550 transplantes de córnea. Desses, 333 (59,8%) realizados pelo SUS.

Segundo Castro, esse número faz com que Goiás seja, proporcionalmente, o Estado que mais realiza transplantes no País, já que o cálculo é feito por milhão de habitantes. Já em números absolutos, Goiás é o terceiro Estado que mais realiza transplantes. “Conseguimos a projeção nacional graças à realização de vários trabalhos de capacitação de equipes multidisciplinares, palestras em escolas e universidades, além da sensibilização e conscientização realizada em locais públicos”, afirma o gerente da CNCDO.

O gerente destaca que quanto mais as pessoas forem orientadas e comprometidas com as doações, maiores serão as oportunidades de ofertas de órgãos, tecidos e partes do corpo, e, consequentemente, os números de transplantes. Para ele, a campanha Setembro Verde, em sintonia com o trabalho de sensibilização das famílias, realizado ao longo do ano pela equipe da Central, tem contribuído para o aumento do número de doadores.

Governo na palma da mão

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