População de Vianópolis é sensibilizada para doação de órgãos

Cerca de 60% das famílias goianas que têm entes com morte cerebral se recusam a autorizar a doação de órgãos ao serem abordadas por equipes da Central de Notificação, Captação e Doação de Órgãos e Tecidos (CNCDO). O índice é apontado como o mais alto entre os Estados do País, embora o número de transplantes esteja avançando cerca de 400% ao ano em Goiás.

E é justamente com o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos como oportunidade de sobrevivência para uma infinidade de pessoas que a CNCDO, órgão ligado a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, realiza eventos na capital e no interior sobre o tema. Nesta terça-feira, 25 de setembro, a equipe da Central de Transplantes, como a CNCDO é conhecida, em parceria com a Secretária Municipal de Saúde de Vianópolis, realizou uma ação em Vianópolis, a 91 quilômetros de Goiânia, com o propósito de levar informações técnicas e prestar esclarecimentos sobre os mitos que envolvem a doação de órgãos.

O evento em Vianópolis integrou a programação da campanha Setembro Verde e foi realizado em alusão ao Dia Nacional do Doador de Órgãos e Tecidos, comemorado em 27 de setembro. Para proporcionar a participação de um número maior de pessoas, a Secretaria Municipal da Saúde do município optou por realizar a ação nos três turnos, na antiga Estação Ferroviária da cidade, local de fácil acesso. A solenidade de abertura contou com a participação de diversas autoridades, entre elas o prefeito de Vianópolis, Issy Quinan, a secretária de Saúde, Juliana Vitor de Freitas, e a coordenadora de Captação de Órgãos e Tecidos da CNCDO, Katiuscia Freitas.

Juliana Vitor destacou que considera fundamental a sensibilização da população para o avanço da doação de órgãos no Estado. O evento também contou com a presença e relatos de pessoas que estão na fila à espera de transplante e de outros que já foram beneficiados com a doação de órgãos. Uma delas, a professora aposentada Florita Duarte Vitor, de 56 anos, foi submetida a um transplante de coração há 1 ano e 10 meses, em Brasília. À plateia, ela comentou que o transplante lhe proporcionou “uma nova possibilidade de vida.”

A também professora aposentada Salete Aparecida de Assis, de 56 anos, recebeu o rim doado pelo irmão dela, Mário José de Assis, de 40 anos. Por mais de uma década, ela fez sessões rotineiras de hemodiálise em Goiânia, o que, conforme disse, lhe causou enorme sofrimento. Há três meses, Salete Assis realizou o transplante no Hospital Estadual Geral de Goiânia Alberto Rassi (HGG). “Hoje me sinto mais disposta e com mais saúde. É como se o transplante fosse um recomeço.”

Dados do Ministério da Saúde apontam que em todo o País existem cerca de 33 mil na fila esperando pela doação de órgãos. Katiúscia Freitas destacou a importância de cada cidadão informar à sua família o interesse em ser doador de órgãos, em caso de morte. “É importante ressaltar que cada um de nós poderemos um dia estar na fila à espera de um órgão”, sublinhou. Goiás, conforme a coordenadora, é o Estado em que mais se transplanta córnea no Brasil pelo grupo de 1 milhão de habitantes. As estatísticas apontam que são realizadas em média 126 transplantes de córnea por 1 milhão de habitantes. Só neste ano foram 553 transplantes de córnea.

 

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