Aos 68 anos, morre Gilson de Carvalho, referência no SUS

Reprodução/Twitter

Gilson de Cássia Marques de Carvalho, 68 anos, morreu na última quinta-feira, 3. Conhecido nacionalmente por sua luta em prol da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), o médico pediatra passou por uma cirurgia recentemente para remoção de câncer nos rins. Gilson morreu em decorrência de problemas cardio respiratórios (ele sofria de miocardiopatia hipertrófica, doença que afeta o músculo do coração ), no Hospital Pio XII, em São José dos Campos (SP).


“Sua trajetória e sua importância são conhecidas por qualquer pessoa envolvida com o SUS e com o controle social”, afirma Venerando Lemes de Jesus, presidente do Conselho Estadual de Saúde de Goiás (CES-GO). Gilson de Carvalho, além de ser uma referência na luta da saúde pública, era gerador natural de mobilização. “Bastava dizer que o médico estaria em uma conferência ou palestra para que as pessoas se movimentassem e lotassem os auditórios. Ele era detentor de profundo conhecimento acerca do SUS e conseguia transmitir o seu saber a todos”, lembra.


Venerando ainda lamenta a perda que Gilson representa para o SUS. “Dificilmente surgirá novamente um nome com tanto significado. Ele reunia características únicas: possuía o conhecimento teórico, produzia literatura sobre o tema, sua biografia foi construída na luta, no trabalho pelo SUS, e, talvez mais importante, tinha a disposição e o desprendimento necessários”, explica. O médico é reconhecido por sua defesa da participação social no SUS. Para ele, os Conselhos de Saúde são pilares fundamentais do sistema, mas só fazem sentido se houver participação efetiva do usuário na sua composição.


A presidenta do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro, destaca sua personalidade combativa e entusiasta, referência para todos os Conselheiros de Saúde do país. Em nota, o Secretário de Saúde Goiás, Halim Girade, manifesta pesar pela morte do amigo. “Ele tinha a capacidade técnica e o perfil de atuação necessários para empreender os marcos do financiamento do SUS e, de fato, fez a diferença ao viabilizar, pela primeira vez após a Constituição de 88, o repasse de recursos do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Municipais”, exemplifica.


A morte do médico sanitarista, cuja história de vida se confunde com a concepção, gestação e nascimento do Sistema Único de Saúde, foi sentida em todo país. despertando sentimentos de tristeza em todos aqueles que, de alguma forma, conheceram o trabalho de Gilson. Para Venerando, cabe aos envolvidos com o Controle Social a continuidade do seu legado. “Ele nos deixou um exemplo de vida e de luta, além de vasta literatura sobre saúde pública e controle social. Precisamos de continuar a estudá-lo e a colocar em prática seus ensinamentos”.


Assessoria de Comunicação – Conselho Estadual de Saúde de Goiás


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