Prevenção, exames e vacinas contra Brucelose foram temas debatidos em encontro na 8ª Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária
Por solicitação da Agrodefesa, o assunto foi levado para discussão junto a representantes das áreas de sanidade animal de vários estados brasileiros. Intuito é avançar no controle à doença no País
Foto Renan Rigo
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) realizou reunião sobre saúde animal com enfoque na Brucelose Bovina e Bubalina, durante a 8ª Conferência Nacional Sobre Defesa Agropecuária (8ª CNDA). O debate ocorreu de maneira estratégica no evento, aproveitando a presença de profissionais da defesa sanitária de todo o País, com o objetivo de resultar em melhoria na segurança alimentar e economia nacional, uma vez que a Brucelose é uma zoonose que afeta essas duas esferas da sociedade.
Os temas abordados durante a reunião foram informatização do controle de exames e vacinas como medidas de defesa sanitária no Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina e Bubalina (PECEBT) em Goiás, assim como prevenção e novos métodos de identificação de animais vacinados para Brucelose. Além das palestras, os participantes da Conferência tiveram a oportunidade de debater o assunto com representantes da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás, entre outros.
De acordo com o gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Rafael Costa Vieira – que ministrou a palestra ‘Informatização do controle de exames e vacinas como medidas de defesa sanitária no Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina e Bubalina (PECEBT) em Goiás’ -, a Agrodefesa solicitou a inclusão da reunião sobre a Brucelose na Conferência, porque o tema deve ser debatido em âmbito nacional. “A enfermidade é considerada uma zoonose. Dessa forma, apresentando uma demanda de importância muito grande em relação à saúde pública, como também econômica”, explica.
Ele reforça que a informatização dos resultados dos exames de Brucelose e a vacinação são também meios de prevenção à doença. “O controle informatizado representa melhorias para o trabalho dos médicos veterinários que atuam junto ao programa como auxiliares. Além disso, a gente quer reforçar a importância da vacinação para a melhoria dos índices de prevalência da Brucelose e por isso é necessária a troca de experiência entre as áreas de sanidade animal de todo o País”, afirma.
Brucelose
A Brucelose bovina e bubalina é uma doença infectocontagiosa e zoonótica, provocada pela bactéria Brucella abortus. Nos animais infectados a principal manifestação clínica é o aborto, que ocorre no terço final de gestação devido ao desenvolvimento de placentite necrótica, sendo comum a retenção de placenta. Com o desenvolvimento de imunidade celular após o primeiro aborto, há uma diminuição de lesões de placentárias nas gestações subsequentes. Dessa forma, o aborto torna-se pouco frequente, aparecendo outras manifestações da doença, como o nascimento de bezerros fracos ou mortos. Em bovinos machos adultos pode haver o desenvolvimento de orquite uni ou bilateral e epididimite. A doença ainda pode ser uma causa de infertilidade em ambos os sexos.
A doença pode ser transmitida aos humanos por meio da ingestão de produtos de origem animal contaminado como leite não pasteurizado e derivados (queijo e manteiga, por exemplo). Em contexto clínico epidemiológico, o principal fator de risco para brucelose humana é a ocorrência primária da doença nos animais.
Prevenção
Conforme o regulamento técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), é obrigatória a vacinação de todas as bezerras bovinas e bubalinas entre três e oito meses de idade com dose única de vacina B19. É facultado ao produtor a vacinação de fêmeas bovinas com idade superior a oito meses, utilizando RB51, sem prejuízo aos vacinados por B19. As bezerras não vacinadas por B19, deverão ter sua situação regularizada, mediante a utilização da vacina RB51. Em Goiás, o médico veterinário deve estar cadastrado na Agrodefesa para realizar a aplicação da vacina.
Comunicação Setorial da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) – Governo de Goiás