Dia do Feijão: Goiás se destaca na produção devido ao trabalho de sanidade vegetal desenvolvido no Estado

Medidas fitossanitárias aplicadas à cultura, por meio da atuação da Agrodefesa, possibilitam que Goiás seja o quinto maior produtor de feijão no País

Foto Lauri Patterson/ Istockphoto

No próximo sábado, 10 de fevereiro, é celebrado o Dia Mundial do Feijão, data instituída em 2019 pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Junto com o arroz, o feijão compõe a dupla de alimentos mais tradicional da culinária brasileira e é também destaque na produção agrícola de Goiás, contribuindo para movimentar a economia no Estado. Para a safra 2023/2024, por exemplo, a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que sejam colhidas 95 mil toneladas de feijão em território goiano, mantendo Goiás na quinta posição no ranking nacional de produção.

Além do trabalho e dedicação do produtor rural, esse resultado é possível por causa da atuação da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), que assegura a sanidade vegetal da cultura por meio de ações e medidas fitossanitárias. Uma das medidas aplicadas no estado é o vazio sanitário do feijão, período pré-definido de ausência total de plantas vivas de uma espécie vegetal em uma determinada área, com o objetivo de reduzir o inóculo de doenças ou população de uma determinada praga.

Em Goiás, o vazio sanitário tem prazos diferentes para cumprimento, sendo dividido em duas regiões. No caso da região 1, com 80 municípios, o período compreende 5 de setembro a 5 de outubro. Já para os que estão inseridos na região 2, que são 153 municípios, o vazio é 20 de setembro a 20 de outubro. Durante a vigência, que é de 30 dias, devem ser eliminadas, por meio de controle químico ou mecânico, todas as plantas de feijoeiro comum, cultivadas ou voluntárias.

O coordenador Estadual de Prevenção e Controle de Pragas da Agrodefesa, Mário Sérgio de Oliveira, ressalta que o vazio sanitário, atrelado à produção irrigada, contribui para o sucesso na atividade em Goiás.

“O calendário estabelecido pelo vazio é importante para proteger, especialmente, a primeira safra, pois se a mosca branca infectada com o vírus do mosaico dourado entrar em contato com uma planta sadia no início da implantação da lavoura, o produtor pode perder toda a lavoura”, explica.

Ele acrescenta que o feijão irrigado é o que mais produz no Estado.

“No entanto, muitos produtores plantam só a primeira safra, que é o feijão das águas, cultivado no início das chuvas, quem não tem a possibilidade de irrigação planta quando chove”, completa.

Futuro
A Agrodefesa e órgãos de pesquisa, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), decidiram extinguir o vazio sanitário de alguns municípios do Estado, em caráter de avaliação por um período de dois anos, a fim de estabelecer uma decisão acerca da permanência ou não o vazio sanitário em todo Estado de Goiás, como é atualmente. Não obstante, foram utilizados dados do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago) para realizar um mapeamento dos municípios em que o vazio sanitário será extinto, modificando assim as atuais Regiões 1 e 2.

Vazio Sanitário
A medida foi estabelecida em 2014 em Goiás por meio da Instrução Normativa Estadual n.º 02/2014, que posteriormente foi atualizada pela Instrução Normativa Estadual n.º 05/2018, tem como objetivo o estabelecimento de medidas fitossanitárias que visem o controle da Mosca-Branca (Bemisia tabaci) e do Vírus do Mosaico Dourado do Feijoeiro (Bean golden mosaic vírus) no Estado.

“O mosaico dourado inviabiliza totalmente a produção do feijão. Para que o produtor não entre com a lavoura no vazio sanitário, ele precisa finalizar o plantio em junho e isso interrompe a disseminação do mosaico dourado de uma lavoura pra outra. Nas lavouras contínuas, a doença esta suscetível a ser transmitida”, afirma o coordenador de Prevenção e Controle de Pragas, Mário Sérgio de Oliveira.

Comunicação Setorial da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) – Governo de Goiás

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