Agrodefesa e entidades do agro realizam encontro para discutir medidas de prevenção e controle do milho tiguera em Goiás

Debate ocorreu em Rio Verde, com foco em definir estratégias de orientação sobre a importância de eliminar o milho voluntário, conhecido como tiguera, e assim evitar a proliferação da cigarrinha, responsável pelos enfezamentos nas plantas

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e entidades representativas do agro realizaram no dia 5 de outubro, no mini auditório do Sindicato Rural de Rio Verde, uma reunião técnica para discutir e sugerir medidas fitossanitárias para a prevenção e o controle da tiguera do milho. Um dos objetivos foi traçar estratégias para ampliar a orientação sobre a importância de eliminar o milho voluntário que surge nas lavouras, também chamado de tiguera, porque são plantas consideradas ‘ponte verde’ para proliferação de doenças e pragas, como é o caso da cigarrinha do milho.

Entre as definições estão duas propostas: realização da Campanha Milho Tiguera Zero e a publicação de minuta de normativa para regulamentar a orientação e a atuação da Agrodefesa. Além disso, inicialmente serão desenvolvidos trabalhos de educação sanitária para alertar a importância da eliminação da tiguera do milho; reativação da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal para discussão da necessidade de regulamentar a ação, bem como para discussão e deliberação de demais assuntos pertinentes à defesa sanitária vegetal; e criação de um fórum permanente de discussão sobre o tema, sob coordenação da Associação dos Produtores de Soja, Milho e Outros Grãos de Goiás (Aprosoja Goiás) e Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).

Como parte da programação do encontro e para ampliar o debate sobre o tema, a professora, pesquisadora e proprietária da Estação de Pesquisa AgroRatte, Jurema Rattes,foi uma das convidadas para ministrar palestra relacionada ao assunto. Ela possui expertise na área de entomologia agrícola com ênfase em bioecologia, focado nas pragas existentes no cerrado e manejo de pragas de grandes culturas, como o milho. 

Atenção
As chuvas incomuns que ocorreram no mês de agosto, em algumas regiões de Goiás, por exemplo, acenderam o sinal de alerta. É que o solo mais úmido contribuiu para a germinação do milho tiguera, que é hospedeiro da cigarrinha. A praga é responsável pela transmissão do vírus do enfezamento – que causa grandes prejuízos de produtividade na cultura.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, acrescenta que há uma preocupação de todo o setor com o alto índice de milho tiguera nas lavouras em Goiás. “As plantas voluntárias que nascem no campo podem se tornar hospedeiras para a cigarrinha, inseto vetor de patógenos que causam relevantes prejuízos para a atividade. O enfezamento, por exemplo, pode acarretar perda de 70% a 100% na produtividade das lavouras. É por esse motivo que a Agrodefesa e parceiros vão se reunir para alinhar estratégias que possam ser adotadas para, além de orientar o produtor, prevenir possíveis danos à cultura do milho e prejuízos econômicos para o agricultor e para o estado de Goiás”, defende. 

Enfezamento
De acordo com informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os enfezamentos do milho têm se destacado entre as doenças mais preocupantes para a cultura nas últimas safras, com perdas severas em diversas regiões do país. As perdas devido aos enfezamentos podem chegar a 100%, em 
função da época de infecção e da suscetibilidade da cultivar plantada.

As plantas com enfezamento apresentam redução de crescimento e desenvolvimento, entrenós curtos, proliferação e malformação de espigas, espigas improdutivas e enfraquecimento dos colmos com favorecimento às infecções por fungos que resultam em tombamento. 

“Se a infecção ocorre nos primeiros estágios da planta, ela costuma não desenvolver, por isso chamamos de enfezamento. O resultado é queda na produção e na produtividade. Então a necessidade de alertar o produtor rural para adotar medidas fitossanitárias que contribuam para prevenir e controlar o milho tiguera no campo e, por consequência, a possibilidade de proliferação da cigarrinha do milho e do enfezamento”, informa a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio. 

Realização
A reunião técnica foi realizada pela Agrodefesa, Sistema Faeg/Senar/Ifag/Sindicatos Rurais, Sindicato Rural de Rio Verde, Prefeitura de Rio Verde, Agro Rattes, Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). São parceiros  Aprosoja Goiás, Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), Universidade Federal de Goiás (UFG), Instituto Federal Goiano (IFGoiano/Campus Rio Verde), Sistema OCB Goiás, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA Goiás), Associação dos Engenheiros Agrônomos de Goiás (Aeago), Embrapa, Superintendência Federal de Agricultura (SFA/GO) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). 

Comunicação Setorial da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) – Governo de Goiás
 

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