Agrodefesa, com apoio do Ministério da Agricultura, investiga ocorrência de vírus que afeta criação de tilápias
Serviço Veterinário Oficial realiza investigação epidemiológica para detectar origem da doença e adotar medidas de prevenção e controle para evitar prejuízos econômicos
Os técnicos da área de sanidade animal da Agência Goiana de Defesa Agropecuária – Agrodefesa, órgão do Governo de Goiás, com apoio do Departamento de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, estão investigando a ocorrência do Vírus da Necrose Infecciosa do Baço e do Rim (ISKNV) em criatórios de tilápias no Estado de Goiás. Um caso no município de Gouvelândia foi comunicado ao Departamento de Saúde Animal do Mapa, por meio de laudo diagnóstico emitido por laboratório privado, com indicação do vírus.
Tão logo recebeu o laudo, o Departamento de Saúde Animal acionou o Serviço Veterinário Oficial do Estado para verificação, monitoramento e avaliação da extensão do problema. Conforme o presidente José Essado, assim que a Agrodefesa foi comunicada, iniciou a adoção de medidas como coleta e envio de material para análise oficial no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Mapa (LFDA) em Pedro Leopoldo – MG para análise. Também foram iniciadas as investigações na propriedade de origem das amostras e naquelas caracterizadas como vínculos epidemiológicos.
O gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Antônio do Amaral Leal, explica que esse vírus ainda não existia em Goiás. Por isso precisa ser identificado e dimensionado para adoção de medidas de controle, para evitar prejuízos econômicos aos criadores. O Serviço Veterinário Oficial está realizando a investigação epidemiológica para detectar a origem da doença. Há estudos também para avaliar se o vírus afeta outras espécies de peixes. Leal informou ainda que os técnicos da Agência realizaram inspeções nas propriedades de origem dos alevinos, mas não foram detectados sinais clínicos da doença ou mortalidade atípica nesses locais.
Não é zoonose
A ISKNV não faz parte da lista de doenças de notificação obrigatória da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), mas pode causar graves perdas nos sistemas de produção aquícola. Trata-se de um iridovírus já estabelecido no Japão e Sudeste Asiático há anos e emergente na África (Gana), onde o setor produtivo adota medidas de controle, entre as quais a vacinação. No Brasil ainda não há registro de vacina. Os sinais patológicos são mudanças na cor do corpo (escurecimento ou clareamento); distenção abdominal (devido a fluído ou aumento dos órgãos); perda de apetite e permanência no fundo dos tanques. A doença não é uma zoonose e, portanto, o consumo de pescado de áreas afetadas não causa nenhum risco à saúde humana.
O Departamento de Saúde Animal do Mapa comunicou o caso aos Serviços Veterinários Oficiais de todas as Unidades da Federação, reforçando a necessidade de se manter interações e canais adequados para o rápido recebimento e atendimento de notificações, por parte dos produtores e demais atores da cadeia produtiva, de casos suspeitos de doenças de interesse para a saúde animal do País. No momento, a Agrodefesa aguarda o resultado das análises do material coletado no criatório de Gouvelândia, cujo laudo será emitido pelo LFDA de Pedro Leopoldo – MG.
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