Ação faz parte de um conjunto de medidas definidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária para monitorar a praga e evitar expansão da doença, que tem grande potencial devastador para os citros, a novas áreas no Estado

A partir da confirmação da existência de focos de HLB, também conhecido como Greening, em Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) deu início a medidas de controle da doença no Estado. Nesta quinta-feira (18/07), fiscais estaduais agropecuários da Agrodefesa participaram de visita técnica promovida pelo órgão com o objetivo de conhecer os sintomas da doença, causada pela bactéria Candidatus Liberibacter spp., no local e de realizar levantamento de abrangência do foco da praga.

A ação foi realizada na propriedade com o foco da doença, em Campo Limpo de Goiás, e foi organizada pela Gerência de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, com a participação da Gerência de Fiscalização Agropecuária, Gerência de Educação Sanitária e fiscais estaduais agropecuários das Unidades Locais que compõem a Unidade Regional Rio das Antas – onde o principal foco foi encontrado. Participaram servidores das Unidades Locais da Agrodefesa de Abadiânia, Anápolis, Bela Vista de Goiás, Corumbá de Goiás, Goianápolis, Goianira, Goiânia, Hidrolândia, Inhumas, Pirenópolis, Senador Canedo, Silvânia e Vianópolis. Também estiveram presentes profissionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás (Senar Goiás) e Responsáveis Técnicos habilitados pela Agrodefesa.

No caso de Campo Limpo de Goiás, o HLB foi encontrado em algumas plantas de uma pequena propriedade comercial de cerca de seis hectares, produtora de tangerina (Citrus reticulata Blanco) da cultivar Ponkan. “Desde que o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-GO) do Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou a presença da doença nas amostras coletadas pela Agrodefesa, em Campo Limpo de Goiás e Quirinópolis, nosso quadro técnico passou a se debruçar para inspeção e averiguação do foco, incluindo a coleta dos psilídeos, que são os insetos vetores, em pomares próximos para diagnóstico, se estão contaminados pela bactéria do HLB”, explica a gerente de Sanidade Vegetal, Daniela Rézio.

Em paralelo, a Agrodefesa tem continuado e intensificado as ações de triagem diagnóstica das armadilhas de captura de psilídeos, realizada de modo rotineiro pela Coordenação do Programa de Prevenção e Controle de Pragas em Citros e pela Coordenação de Programas Fitossanitários da Gerência de Sanidade Vegetal. “Todas essas medidas são previstas na Portaria Federal nº 317/2021 do Mapa, considerando a Agrodefesa como órgão responsável pela defesa sanitária vegetal no Estado. Esse documento orienta a realização de novos levantamentos fitossanitários para delimitação das áreas de ocorrência, com ênfase nas inspeções fitossanitárias nos viveiros que comercializam mudas cítricas, cuja responsabilidade pela produção é de competência do Ministério. O Governo de Goiás, por meio da Agrodefesa, tem envidado todos os esforços para conter a contaminação pela doença, tão devastadora aos citros ”, reforça Daniela.

Quirinópolis

Além de Campo Limpo de Goiás, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-GO) do Mapa também confirmou a presença de HLB em Quirinópolis. No município, o HLB foi detectado em apenas uma planta da espécie Laranja Pêra Rio (Citrus sinensis sp) – já erradicada pelo produtor – em uma propriedade comercial de 62 hectares, que é produtora de laranja, limão e tangerina. A propriedade é inscrita no Sistema de Certificação Fitossanitária da Agrodefesa e possui um responsável técnico habilitado para o monitoramento de prevenção e controle de pragas quarentenárias, com armadilhamento e trocas quinzenais das armadilhas de captura do psilídeo, inseto vetor (Diaphorina citri).

Quirinópolis está situada na área de abrangência da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. Na última semana, a Gerência de Sanidade Vegetal também promoveu uma reunião técnica com fiscais agrônomos, responsáveis pelas inspeções em pomares de citros, para planejamento de levantamentos fitossanitários nos municípios limítrofes do foco do HLB em Quirinópolis. “Por se tratar da pior doença mundial prejudicial à produção comercial de citros, a Agrodefesa está com todo o seu aparato realizando o que prevê o Ministério da Agricultura, no sentido de conter a expansão desta praga e de prevenir a entrada da doença em novas áreas”, finaliza o presidente da Agência, José Ricardo Caixeta Ramos.

O HLB ou Greening é considerada a pior doença dos citros por não possuir tratamento e por se propagar em alta velocidade. A doença foi detectada no Brasil a partir de 2004 e tem causado grandes perdas em Estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná. É causada pela bactéria Candidatus Liberibacter spp., transmitida pelo psilídeo Diaphorina citri, inseto de coloração branca acinzentada e manchas escuras nas asas. Os principais sintomas do HLB são folhas mosqueadas e amareladas, desfolha, seca e morte de ramos. Os frutos são deformados, pequenos e assimétricos, as sementes são abortadas, pequenas e malformadas e de coloração escura.

Comunicação Setorial da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) – Governo de Goiás