Agrodefesa e Polícia Civil realizam Operação Paper Ox com foco em movimentações ilegais de rebanho bovino em Goiás
Durante apuração interna, a Agrodefesa identificou movimentações atípicas no Sistema de Defesa Agropecuário, Sidago, e acionou a Polícia Civil que deu início às investigações. Primeira fase da operação já realizou 12 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Goiatuba, Catalão, Nova Aurora, Campo Alegre de Goiás e Davinópolis
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e a Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), iniciaram na última quarta-feira (03/04) a primeira fase da Operação Paper Ox, que investiga a emissão fraudulenta de documentos através do Sistema de Defesa Agropecuária (Sidago) da Agrodefesa. O esquema investigado teria realizado a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTA) relativas a movimentações fictícias de rebanhos no Estado de Goiás, entre outras fraudes documentais.
Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (04/04) na Delegacia Geral da Polícia Civil, em Goiânia, foram apresentados os primeiros resultados da operação realizada nos municípios de Goiatuba, Catalão, Nova Aurora, Campo Alegre de Goiás e Davinópolis. Já foram executados 12 mandados de busca e apreensão.
O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, explica que a operação foi iniciada a partir da própria Agência que teria identificado as movimentações irregulares em seu Sistema. “O Sidago é robusto, seguro e tem a capacidade de identificar essas movimentações atípicas, nos emitindo esse sinal de alerta que nos levou a uma apuração mais detalhada. Além disso, tivemos produtores que visualizaram essa movimentação indevida em seus logins dentro do Sistema e comunicaram à Agrodefesa”, revela. “Identificamos essas movimentações e entramos em contato com a Polícia Civil que de imediato nos atendeu dando origem às investigações.”
Durante a operação, foram apreendidos aparelhos eletrônicos, extratos bancários, documentos vinculados a movimentações de rebanhos, bem como de veículos avaliados em mais de R$ 650 mil. Além disso, uma servidora pública, investigada por integrar o grupo criminoso, foi afastada do cargo por determinação judicial.
O delegado adjunto da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), Thales Feitosa Fonseca, conta que foram cumpridos todos os mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados, incluindo fazendas e leilões. “As investigações apontam que a ação foi realizada principalmente por atravessadores que conseguiram acesso à senha de produtores que haviam repassado a terceiros. De posse dessa senha, foram realizadas essas movimentações fraudulentas”, revela.
A operação deflagrada configura apenas a primeira etapa de uma série de ações planejadas que ainda serão implementadas, a fim de identificar outros envolvidos e os principais beneficiários desse esquema fraudulento. Há registros de movimentações indevidas em 46 municípios de todas as regiões do Estado.
O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que é de extrema importância o produtor, que tem acesso ao Sidago, ter cuidado com seus dados, como login e senha, da mesma forma como um sistema bancário. “Muitas vezes o produtor rural repassa seus dados a terceiros que podem, de posse desses dados, utilizar de má-fé para realizar ilegalidades. Reforçamos que os produtores devem ser precavidos, como na utilização de uma senha bancária, que não deve repassar a ninguém e também, caso visualize alguma movimentação que desconheça, que entre em contato com a Agrodefesa imediatamente”, salienta. Caixeta reforça que as movimentações foram apenas de ordem documental e que a sanidade do rebanho continua garantida e assegurada.
Os crimes apurados pela Operação Paper Ox correspondem à inserção de dados falsos no sistema, corrupção passiva e ativa e, inicialmente, associação criminosa, que no decorrer das investigações pode ser revertido como crime de organização criminosa. Além disso, as movimentações ilegais podem ter impactos em sonegação fiscal.
Comunicação Setorial da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) – Governo de Goiás