Governo e setor produtivo buscam soluções para combater a brucelose e a tuberculose no rebanho goiano
Baixa adesão à vacinação contra brucelose e a subnotificação de casos das duas zoonoses foram temas da primeira reunião do ano da Comissão Estadual
Enquanto Goiás caminha para conquistar a certificação internacional de zona livre da febre aftosa sem vacinação, duas outras zoonoses têm mobilizado o Governo de Goiás e o setor produtivo na busca pelo seu controle e erradicação: a brucelose e a tuberculose em bovinos e bubalinos. Atualmente, apenas quatro propriedades no Estado conseguiram a certificação como livres das duas zoonoses e outras duas estão em processo de certificação. Um número irrisório perto da quantidade total de propriedades rurais dedicadas à pecuária de corte e de leite no Estado.
Para atualizar sobre os avanços promovidos na identificação e combate às duas zoonoses, e discutir ações futuras, foi realizada nesta quinta-feira (14/03) a primeira reunião do ano da Comissão Estadual de Combate à Brucelose e à Tuberculose em Goiás. Sediada na Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), o encontro teve a participação de integrantes do Governo de Goiás, das universidades e do setor produtivo.
O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, fez a abertura do evento agradecendo o empenho de todos em discutir um assunto tão importante para a pecuária goiana. Ele aproveitou para explicar que a Agência busca conferir uma nova dinâmica para tratar sobre o assunto, permitindo com isso maior controle sobre a incidência dos casos.
O presidente da Comissão Estadual, Antônio Pinto, defendeu a necessidade de se alavancar a vacinação da brucelose nas fêmeas em idade de três a oito meses, como forma de se erradicar a doença no seu grupo de risco. Enquanto o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende, trouxe a mensagem de que o Governo de Goiás está empenhado em buscar junto aos setores produtivos a construção de políticas públicas que auxiliem a alavancá-los.
Status da Brucelose e Tuberculose em Goiás
O gerente de sanidade animal da Agrodefesa, Rafael Costa Vieira, explicou que o baixo índice vacinal contra a brucelose nas fêmeas de bovinos e bubalinos é um dos maiores desafios enfrentados na atualidade. Segundo dados apurados pelo gestor, em 2023 apenas 60,5% das fêmeas em idade vacinal foram imunizadas contra a doença. No mesmo período, nove pessoas foram confirmadas infectadas pela doença, e uma está em estudo em 2024. Sobre a tuberculose, a última amostragem realizada em 900 propriedades rurais do estado, demonstrou que em 3,43% das propriedades havia pelo menos um animal com a zoonose.
Durante a reunião, integrantes do setor produtivo solicitaram um maior apoio do poder público junto aos produtores para sensibilizá-los sobre a importância da vacinação contra a brucelose, nos moldes com que foi feita a campanha da febre aftosa. Também pediram atenção para a criação de um fundo que possa indenizar o produtor que tiver o animal abatido diante da notificação das zoonoses. Tanto a brucelose quanto a tuberculose ao serem notificadas levam ao extermínio do animal.
Os gestores da Agrodefesa explicaram que a partir de mês de maio serão lançados no Sistema de Defesa Agropecuária (Sidago) formas mais eficientes para se fazer o registro do rebanho, como a inclusão do registro de nascimento e de vacinação dentro do Sistema. Com isso, será mais ágil à Agência fazer o controle do rebanho em idade vacinal, e a adesão da vacinação.
O Comitê Estadual de Combate à Brucelose e à Tuberculose reúne-se trimestralmente para discutir avanços no combate às zoonoses. Integram os seguintes órgãos: Agrodefesa; Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa); Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater); Secretaria de Estado de Saúde (SES); Superintendência Federal de Agricultura em Goiás (SFA-GO/Mapa); Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás (Fundepec); Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (EVZ/UFG); Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC); Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-GO); Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg); Associação de Buiatria de Goiás/DF; Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários; Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados de Goiás (Sindicarne); Sindicato das Indústrias de Laticínios de Goiás (Sindileite) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Comunicação Setorial da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) – Governo de Goiás