Governo de Goiás desenvolve primeiro Código de Defesa Agropecuária do país

Agrodefesa encabeça iniciativa inédita que vai simplificar legislação do setor. Setor produtivo participa da elaboração do projeto

Fotos André Bianchi

Com a intenção de facilitar a compreensão do arcabouço legal a que produtores rurais, profissionais que trabalham diretamente com comércio de produtos agropecuários e agroindústrias estão submetidas, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) está empenhada em editar um Código de Defesa Agropecuário que contemple de forma melhor estruturada todo esse texto legal. O documento visa reunir, de forma sucinta e objetiva, as exigências legais que precisam ser cumpridas para quem atua no segmento agropecuário em Goiás e será o primeiro desta natureza a ser redigido no país.

Conforme explica o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, o trabalho, que vem sendo desenhado internamente há alguns anos pelos técnicos da agência será um importante passo para o desenvolvimento do setor, e de sua desburocratização.

“Vimos a necessidade de atualizar as nossas leis para atender a leis federais que já avançaram em alguns pontos. A edição de um código está nos permitindo fazer isso de forma a buscar agilidade e transparência para a vida do produtor e de quem atua em alguma atividade ligada ao agro”, esclarece.

Ele também esclareceu que, a pedido do governador Ronaldo Caiado, o código elaborado não fosse utilizado para onerar o setor.

“Ele foi categórico em nos pedir para que não criássemos novas taxas, ou encarecêssemos multas. O que está sendo feito é trabalharmos com a dosimetria de multas, para que elas possam ser ajustáveis ao tamanho do dano causado ou descumprimento de norma”, detalha o presidente.

O trabalho desenvolvido em âmbito governamental acaba de ganhar novos parceiros ao se levar a discussão para as entidades de classe que atendem o setor. Na última segunda-feira (27/11), representantes destas entidades estiveram reunidos com a diretoria da Agrodefesa para integrarem grupos de estudo para cada uma das áreas específicas. Conforme cronograma apresentado, a partir de Fevereiro do próximo ano, serão discutidos de forma individualizada nestes grupos, avanços para os seguintes temas: sanidade animal, sanidade vegetal, agrotóxicos, sementes e muda e produtos de origem animal.

Para o diretor de Defesa Agropecuária, Augusto Amaral, se faz necessária a modernização do arcabouço legal agropecuário a medida que outros setores já aplicam conceitos como o de autocontrole e autorregulação.

“Temos que adotar programas que nos permitam atuar com o autocontrole, conferindo à Agrodefesa o papel de orientadora e disseminadora das boas práticas. A mão da fiscalização estará sempre presente, mas o papel de parceira do cumprimento das normas deve ser melhor evidenciado”, declarou.

Sobre o Código de Defesa Agropecuário

O Código de Defesa Agropecuário que está sendo delineado pelos técnicos da Agrodefesa busca abranger, em uma única lei, todas as leis sanitárias agropecuárias, modernizando as que encontram-se em desconformidade com avanços já concedidos pelas leis federais. Essa simplificação em um único documento busca atender a um anseio da categoria que é submetida hoje a um arcabouço legal complexo e distribuído em diversas leis e normas diferentes.

Ele também traz em seu escopo a autorregulação do setor, que é uma condição necessária para a implantação da Lei Federal nº14.515/22, que instituiu o programa de incentivo à conformidade em Defesa Agropecuária.

Para o gerente de Fiscalização Agropecuária, Janilson Júnior, a abertura da discussão do código para os representantes do setor é uma forma de se estabelecer uma gestão participativa com a iniciativa privada, e a sociedade em geral. Após a conclusão dos trabalhos dos grupos de estudo, o código será submetido à consulta popular antes de ser remetido à votação na Assembleia Legislativa de Goiás.

“Estamos propondo um código que auxilia na gestão e na execução dos controles sanitários. E, com isso, minimizar os impactos ambientais, adotar a regulação responsiva e inteligente e promover avanços em todo o setor, a medida que as leis cabíveis a ele ficam menos burocráticas e de mais fácil aplicação”, defende.

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