DESTAQUE DO MÊS – AGRO EM DADOS / AGOSTO 2024 (FEIJÃO)

Com aspectos econômicos, sociais e agronômicos, a cultura do feijoeiro apresenta grande relevância no agronegócio, sendo o quarto grão mais cultivado no país. O feijão se constitui em um dos alimentos básicos da população brasileira, essencial na garantia da segurança alimentar, como a fonte de proteína mais acessível. O cultivo é disseminado em todo o território nacional, em três safras distintas, que garantem a oferta do produto durante todo o ano, desde o plantio de subsistência, até em cultivos altamente tecnificados.

No Brasil, a safra 2023/24 de feijão conta com estimativas positivas, com crescimento de 7,6% na produção do grão, que se deve sobretudo ao incremento de 5,9% na área cultivada e 1,7% na produtividade, o que possibilita o aumento da oferta nacional e reduz a necessidade de importação do produto. 

Em Goiás, são cultivados o feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.) e o feijão caupi (Vignaunguiculata (L.) Walp.), com 97,0% da produção concentrada no feijão-comum. Além disso, o estado conta com o cultivo do grão nas três safras, com destaque para a terceira safra irrigada, que compreende 65,1% do total que, com o curto ciclo fenológico da cultura, é possível conciliar com o plantio de outros grãos, como soja e milho na primeira e segunda safra.

Na temporada 2023/24, estimativas da Conab apontam para uma leve redução na produtividade do feijão cultivado em Goiás, em razão das condições climáticas – excesso de chuvas no final de janeiro e início de fevereiro – que refletiu no atraso da colheita da primeira safra e, consequentemente, a perda de qualidade dos grãos. Também observou-se recuo na área total cultivada nas últimas três safras, decorrente da melhor rentabilidade de outras atividades, como milho e soja.

Devido à necessidade de concluir os plantios até 30 de junho, para atender o período vazio sanitário para a cultura do feijoeiro que ocorre de 20 de setembro a 20 de outubro, a semeadura do feijão terceira safra encontra-se finalizada no estado, com avanço no desenvolvimento das áreas cultivadas, sobretudo na região leste, principal região produtora. As temperaturas amenas à noite e os dias ensolarados têm favorecido as condições das lavouras, com baixa pressão de pragas e doenças. No Vale do Araguaia, região oeste do estado, já se relata o início das colheitas, com boas expectativas de rendimento.

Com o início das colheitas, a produção deve ser absorvida inicialmente pela indústria local do estado e conforme o avanço na oferta, a tendência é de recuo nas cotações. Parte do excedente produzido é enviado para o mercado paulista, que aguarda reposição de uma mercadoria mais nova, clara e de boa aparência na embalagem, para atender aos consumidores mais exigentes.

No mercado externo, no acumulado do ano, o país reduziu em 74,3% o volume das importações necessárias para suprir a demanda interna de feijão, comparado ao mesmo período de 2023, enquanto em Goiás, não há registros de compras externas do produto. Nas exportações goianas, de janeiro a junho, houve redução no valor e volume, comparado ao mesmo período do ano anterior, ao passo que o mês de junho apresenta o maior volume exportado desde o início do ano.   

  • Cadastro obrigatório de todas lavouras de feijão comum (Phaseolus vulgaris) no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago), disponível no site da Agrodefesa, independente da safra e se o município possui vazio sanitário estabelecido ou não;
  • Período de Vazio sanitário de 20 de setembro a 20 de outubro em 57 municípios do Estado;
  • Período de calendário de semeadura, ou seja, período autorizado para semeadura da cultura, de 21 de outubro a 30 de junho;
  • Obs: As lavouras de feijão comum plantadas após 14 de junho, nos municípios onde possui o vazio sanitário, deverão ser semeadas com cultivares de ciclo curto, de modo que a colheita seja realizada até 19 de setembro de cada ano, ou seja, antes do início do vazio sanitário;
  • Obrigação da eliminação das plantas voluntárias de feijão até 10 dias após a emergência, independente da safra e se o município possui vazio sanitário estabelecido ou não;
  • Determinação, pela Agrodefesa, da destruição de lavouras de feijoeiro comum abandonadas ou inviabilizadas por viroses transmitidas pela mosca-branca.
Wenderson Araújo/CNA

A Agrodefesa iniciou em abril deste ano, o monitoramento da população da mosca-branca e das plantas infectadas por viroses na cultura do feijoeiro comum em Goiás. O monitoramento está sendo realizado pelos Fiscais da Agrodefesa, nos principais municípios produtores de feijão no Estado, e os resultados destes monitoramentos darão embasamento para decidir sobre a condução do vazio sanitário para o feijoeiro comum em Goiás.

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