Quarenta e nove pesquisadores apresentam resultados de seus trabalhos que podem ser incorporados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se da devolutiva para a sociedade do fomento concedido pelos governos federal e estadual para a execução das pesquisas

Helenice Ferreira, da Assessoria de Comunicação da Fapeg

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) realizou nesta segunda-feira, dia 31, pela plataforma Zoom, a abertura do Seminário de Avaliação Final do Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS). Nos dias 31 de maio e 1º de junho, os 49 coordenadores de projetos que realizaram pesquisas selecionadas no âmbito da Chamada Pública 04/2017 apresentaram os resultados finais de seus trabalhos em duas salas virtuais, simultaneamente, para duas bancas avaliadoras, cada uma composta por dois professores doutores de Instituições de Ensino Superior parceiras e um técnico da Secretaria Estadual da Saúde. Os dois dias do evento aconteceram no formato on-line, como medida de contenção do avanço da pandemia de Covid-19.

Esta última etapa de operacionalização do PPSUS é um espaço pensado desde a criação do programa para um diálogo e aproximação entre os gestores envolvidos e técnicos da saúde com os pesquisadores visando acompanhar a conclusão das pesquisas e avaliar o potencial de incorporação dos seus resultados junto ao Sistema Único de Saúde (SUS). Durante o seminário, os projetos que possuem potencial de incorporação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são evidenciados e, aqueles cujos resultados são factíveis de implementação são sugeridos à Secretaria Estadual da Saúde/Ministério da Saúde para que sejam aplicados para melhorar o atendimento à população beneficiária do SUS.

O PPSUS é uma parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) com o Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Secretaria de Estado da Saúde (SES). É um programa que tem como proposta fomentar e fortalecer pesquisas científicas, tecnológicas ou de inovação que tenham potencial para oferecer novos serviços e dar respostas a problemas mais urgentes de saúde enfrentados pelos usuários do SUS. As linhas temáticas para as pesquisas foram escolhidas antes do lançamento da Chamada Pública durante as oficinas de prioridades de pesquisa em saúde.

O programa também é uma estratégia de fomento descentralizado para promover pesquisas nos estados brasileiros, fomentando soluções para problemas de saúde locais e com isso reduzindo as desigualdades regionais no que diz respeito à inovação e ao desenvolvimento científico e tecnológico em saúde. Nesta edição do programa foram desenvolvidos 20 projetos em Atenção em Saúde, 26 projetos em Vigilância em Saúde e três em Gestão em Saúde.

São pesquisas sobre novos medicamentos, tecnologias e vacinas; serviços e procedimentos que possam contribuir para a prevenção de doenças; criação de novos protocolos para a promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde; e para a redução de agravos e diminuição das desigualdades sociais. Diferentes tipos de vírus, câncer, além de estudos sobre hipertensão, transtornos, hanseníase, autismo e agrotóxicos também fizeram parte dos estudos dos cientistas.

Abertura do Seminário
Na abertura do evento, o presidente da Fapeg, Robson Vieira, destacou a importância do PPSUS para Goiás. Ressaltou a complexidade do Programa e agradeceu a todos pelo envolvimento nos trabalhos, desde a fase da seleção, de monitoramento, acompanhamento e finalização e, especialmente, aos pesquisadores, “principais atores e atrizes, pois sabemos que esta é uma chamada exigente, difícil, competitiva e vocês participaram de um processo de seleção belíssimo e rigoroso. O fato é que estamos finalizando esse edital que tem uma característica de dar respostas muito visíveis para a sociedade do que estamos fazendo. É um programa que se encaixa muito bem no que a gente está precisando cada vez mais, que é mostrar a importância da ciência na nossa vida”.

A superintendente da Escola de Saúde de Goiás, da Secretaria de Estado da Saúde, Viviane Leonel Cassimiro Meireles, ressaltou a importância do seminário ao promover o debate sobre o potencial das incorporações dos resultados das pesquisas no atendimento ofertado pelo SUS para a ampliação da qualidade de vida da população. Falou da importância do PPSUS para o fomento à pesquisa em saúde e para o desenvolvimento científico e tecnológico, e para o auxílio aos gestores na elaboração de uma política de planejamento, de investimento, legislação e regulação. Destacou ainda a possibilidade que o Programa abre de “experimentar a construção coletiva e social no conhecimento”.

Suzana Rachel de Oliveira, analista em Ciência e Tecnologia da Coordenação Geral do Programa de Pesquisa em Saúde do CNPq falou sobre a importância do seminário que, antes de ser uma cláusula obrigatória prevista em edital é um momento de apresentação de resultados e de tudo o que foi investido. “Sabemos que a pandemia afetou de alguma forma as pesquisas, mas se uma coisa que essa pandemia mostrou foi que o pesquisador tem uma capacidade de se reinventar, e isso é muito bonito, a gente ver que vocês não desistem. Este é um momento de agradecer e dizer que todos que estão aqui são vitoriosos por, nesse momento, poder apresentar suas pesquisas. Só tenho palavras de agradecimento e de reconhecimento a todo papel da ciência nesse momento”.

Marge Tenório, coordenadora nacional do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS)/ Ministério da Saúde, agradeceu a acolhida e apoio da Fapeg ao Programa, pela adaptação de todas as normativas que foram reinventadas para o lançamento de uma nova edição do PPSUS diante da pandemia e por dar continuidade aos projetos que já estavam em curso desde a gestão passada. “Meus parabéns e agradecimento a todos da Fapeg que sustentaram a mão da gente para que uma nova etapa começasse, mas também na continuidade dessa que está agora encerrando”.

“Temos uma expectativa muito grande quanto a esses resultados que estão sendo apresentados. Essa devolutiva que é dada para a sociedade agora é também uma forma de fortalecer a ciência no estado de Goiás, porque todos os problemas que foram lançados como desafios de pesquisas são questões que estavam impactando no SUS. Então, é a academia dando a mão ao SUS para que os problemas urgentes sejam solucionados e agora, os pesquisadores que vestiram a camisa do PPSUS estão trazendo os seus resultados,” comentou Marge Tenório.

Marge Tenório parabenizou toda a equipe envolvida e com destaque para os pesquisadores, que diante de todas as dificuldades enfrentadas, sejam as provocadas pela pandemia, pelo volume escasso de recursos, pelos problemas que a academia vem enfrentando “levantaram a bandeira da ciência e trouxeram resultados que realmente podem ser aplicados”. Ela destacou que, nesta edição do programa será voltado um olhar mais apurado no sentido de levar esses resultados para o âmbito do Ministério da Saúde para que sejam equalizados no País inteiro. “Junto com a Secretaria da Saúde vamos nos debruçar sobre os resultados desses projetos e ver quais poderão ser apresentados nas áreas técnicas do Ministério da Saúde”.

Em entrevista, a coordenadora do PPSUS/MS em Goiás, Elizabeth Alves, disse que várias pesquisas financiadas nesta edição do PPSUS têm caráter inovador e possuem potencial de incorporação. “São projetos cujas equipes são bem qualificadas e seguem metodologias coerentes com as propostas dos coordenadores da pesquisa”, comentou. Segundo ela, os seminários de avaliação “também são momentos muito importantes do ponto de vista de quem faz a gestão do programa, pois além de se observar o potencial de incorporação dos resultados, também se identifica na fala dos participantes desdobramentos que poderão refletir em outras pesquisas para responder mais problemas de saúde da população e desta forma contribuir para a política de saúde”, destaca a coordenadora.

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