Fapeg apoia pesquisa para novas tecnologias de análise de qualidade de sementes de soja e algodão

Um dos mais importantes fatores para o sucesso de uma colheita está na seleção de sementes de alta qualidade capazes de assegurar maior produtividade e lucro. Pesquisa que recebe apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) está sendo realizada com foco em desenvolver métodos de aprendizagem de máquinas e avaliações automatizadas de imagens, correlacionadas com testes de qualidade fisiológica para avaliar a qualidade de sementes de soja e algodão. A criação desses parâmetros de qualidade é inovadora e a nova tecnologia poderá ser aplicada em empresas do setor sementeiro de todo o Brasil.

Com a finalidade de selecionar lotes vigorosos de sementes de forma rápida, eficaz e reduzir a subjetividade na interpretação dos dados, a pesquisa vai agilizar a tomada de decisão na seleção das sementes com maior qualidade, o que implica na maior assertividade de sementes tanto no recebimento das sementes pelos produtores quanto nos laboratórios de análise e controle de qualidade. Segundo a publicação “Radiografia do Agro 2022”, da Secretaria de Estado da  Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o algodão e a soja são destaques goianos na produção nacional, ocupando terceiro e quarto lugares, respectivamente.

A pesquisa está sendo executada no Instituto Federal Goiano Campus Rio Verde, sob a coordenação do pesquisador Arthur Almeida Rodrigues, onde atua como pesquisador de pós-doutorado na linha de pesquisa de Tecnologia de Sementes. Seu projeto de pesquisa, intitulado “Determinação do vigor de sementes de soja e algodão através de análises automáticas de raios X, correlacionados com testes tradicionais de qualidade”, foi selecionado pela chamada pública 06/2020 – Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (PDCTR), lançada pela Fapeg.

“Quando a empresa sementeira consegue entregar sementes de alta qualidade e atestar essa qualidade através de diversos parâmetros previamente analisados, o produto fica mais confiante seja pela facilidade e uniformidade de semeadura, pela resistência a fatores ambientais desfavoráveis na germinação, pela rapidez de emergência, pela obtenção de estandes uniformes, pela maior tolerância ao ataque de pragas e doenças, e por fim, pela obtenção de maiores produtividades e lucratividades do cultivo”, explica o coordenador do projeto.

Segundo ele, a Fapeg está apoiando com recurso financeiro da ordem de R$ 151 mil para o desenvolvimento dos ensaios. “A chamada pública veio para proporcionar aos pesquisadores com título de doutorado a oportunidade de tirar do papel as suas ideias de pesquisa e com isso responder problemáticas que vêm surgindo na sociedade, que no caso dessa proposta vem do setor agrícola do Brasil. O apoio aos pesquisadores com bolsas e auxílio financeiro para custeio de suas pesquisas é fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias”, aponta Arthur Rodrigues.

O projeto está na fase de validação experimental, onde estão sendo realizadas pesquisas com objetivo de verificar a qualidade das sementes via análise de imagem. “A pesquisa será concluída em outubro de 2024 com a expectativa de que sejam estabelecidos parâmetros de qualidade de sementes via análise de imagens, automatizando a seleção de lotes de sementes com maior agilidade e precisão”, diz o pesquisador. A aplicação destas tecnologias vai beneficiar diretamente as empresas do setor sementeiro e os produtores que vão receber, cada vez mais, sementes de alta qualidade atestadas por diversos parâmetros e novas tecnologias.

 Semente de qualidade
“A qualidade da semente é o somatório integrado de quatro atributos, que podem ser categorizados em atributos físicos, genéticos, fisiológicos e sanitários. Estes atributos, favorecem o desempenho de um lote de sementes de diferentes maneiras e determinam o desenvolvimento em campo. E através da análise de imagens de sementes e plântulas é possível correlacionar os dados obtidos com a qualidade das sementes e possível vigor das plântulas, o seu potencial de desenvolvimento sob a diversidade de condições de ambiente”, destaca o pesquisador.

PDCTR
O Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (PDCTR) tem por objeto reduzir as desigualdades regionais e estimular a mobilidade e a fixação de doutores com experiência em ciência, tecnologia e inovação e/ou reconhecida competência profissional em instituições ou empresas, públicas ou privadas, de ensino superior (IES) e/ou de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTI) para atuarem no Estado de Goiás em duas vertentes: a) Regionalização: caracterizada pela atração de doutores de outras regiões do país e de outros países para instituições de ensino superior e/ou pesquisa localizados na Região Metropolitana de Goiânia ou no município de Anápolis; b) Interiorização: caracterizada pela atração de doutores para instituições acadêmicas e institutos de pesquisa localizados fora da área metropolitana de Goiânia e fora do município de Anápolis (permitida a concessão de bolsa a doutor formado e/ou radicado no estado de Goiás).

Equipe
Compõem a equipe do Dr. Arthur Rodrigues, a Dra. Juliana de Fátima Sales, Msc. Cássia Lino Rodrigues, Dr. Douglas Almeida Rodrigues, em parceria com a Dra. Clíssia Barboza da Silva do Centro de Energia Nuclear na Agricultura CENA, Dra. Denise Cunha Fernandes dos Santos Dias da Universidade Federal de Viçosa e a empresa XR Seeds Tecnologia em Análise de Semente.

 

Texto: Assessoria de Comunicação Fapeg  – (Helenice Ferreira)

Fotos: Arquivo do pesquisador

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