Professores, diretores, membros de organizações sociais e a equipe da Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esporte (Seduce Goiás) se reuniram nessa sexta-feira, 16/12, para o 2º Workshop Organizações Sociais na Educação. Realizado no auditório Jacy Campos Neto, no Setor Santo Antônio, o evento foi aberto pela secretária Raquel Teixeira e, em seguida, teve a palestra do especialista em Charter School nos EUA, Alex Medler.

Alex é consultor sênior em reformas educacionais e técnico do Banco Mundial, que presta consultoria à Seduce e acompanha o processo de implantação do modelo inovador de gestão das escolas proposto pelo governador Marconi Perillo. O norte-americano também participou do primeiro workshop, realizado no dia 20 de junho deste ano. Na ocasião, assim como hoje, a pauta incluiu momento para tirar dúvidas e para esclarecimentos sobre a atuação das OSs.

Conforme destacou a secretária Raquel Teixeira, uma boa gestão deve ser capaz de se preparar para o futuro. “O que estamos vivendo em Goiás reflete a mudança que está acontecendo no mundo”, disse. A titular da Seduce ressaltou que a gestão compartilhada com as OSs vai permitir ao governo oferecer uma educação de melhor qualidade, e que as escolas permanecem públicas e gratuitas, acessível a todos.

O consultor norte-americano Alex Medler falou sobre a experiência de 25 anos com as Charter Schools no país. Segundo ele, apesar das diferenças entre Brasil e Estados Unidos, podemos aprender lições valiosas de inovação na Educação. Ele também ressaltou a importância de a Seduce adotar mecanismos claros de medição de desempenho e avaliação das OSs, para que os bons resultados sejam estimulados e os resultados abaixo da média sejam reprovados.

Interação

Na parte da tarde, o consultor do Banco Mundial apresentou um breve perfil de diversos modelos de escola que funcionam nos Estados Unidos, bem como a pedagogia, filosofia e missão de cada uma. Como exemplo, citou a Aspire School, focada em alunos de baixa renda, e a Green Dot, que transforma algumas unidades já existentes com o engajamento da comunidade.

O workshop seguiu com perguntas para Raquel Teixeira e para Alex Medler. Uma das dúvidas levantadas foi sobre o papel do diretor da escola com a presença das OSs. A secretária garantiu que escola continua com os diretores eleitos e com todas as premissas da Gestão Democrática.

“As escolas têm e continuarão tendo autonomia na parte pedagógica. A Seduce cumpre o seu papel em dar o direcionamento pedagógico. A partir daí, o que a escola vai fazer para atingir as metas pedagógicas, é uma decisão dela. Nesse contexto, a OS pode ajudar, há uma certa flexibilidade de implantação de modelos inovadores. Mas é importante ressaltar que isso nunca é uma imposição”, frisou.

Sobre o papel do diretor, Alex destacou ser indispensável que ele tenha tempo para se dedicar ao aprendizado. “Os líderes (diretores) da escola precisam ter tempo para instruir os professores. Eu realmente acredito que tudo deve focar na sala de aula. Temos que mudar o papel dos líderes para que eles possam ficar conectados ao que está acontecendo em sala de aula, e colocar as OSs na gestão reforça essa ideia”, pontuou.

As subsecretárias Idelma Maria Oliveira e Nanci Moreira, de Aparecida de Goiânia e Inhumas, respectivamente, elogiaram o workshop e disseram ter sido esclarecedor sobre as mudanças que a gestão compartilhada propõe. “O diálogo é fundamental e esse foi um momento muito valioso para nós. Eu acredito e tenho certeza de que muitos dos nossos problemas serão resolvidos com o auxílio das Organizações Sociais”, comentou Idelma durante as considerações finais.

A gestão compartilhada com Organizações Sociais (OSs) já vive o processo de implantação em 23 escolas goianas.  O contrato deve ser outorgado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE)  em breve e a expectativa é que equipes da Gestão Transparência e Resgate Social (GTR), OS vencedora do primeiro chamamento, comecem a trabalhar nas escolas ligadas à Subsecretaria Regional de Anápolis no início do ano letivo de 2017.