Goiano terra e luz lota cineteatro são joaquim e emociona público

Pedro Paulo Souza

O Cineteatro São Joaquim e o Cine Cora Coralina foram palco de mais um dia de filmes da Mostra Competitiva do 19º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental. Três documentários e dois filmes de ficção foram exibidos em um cinema sempre cheio.

Os filmes estrangeiros exibidos foram do Irã, Roozegari Hamoun do diretor Mohammad Ehsani, o bielorruso Ty siudy bolsh ne vernehsia do diretor Dmitri Makhomet, o suiço Der Block da diretora Nadine Boller e o franco-belga L’Ous Noir dos realizadores Méryl Fortunat-Rossi e Xavier Séron. O único filme brasileiro exibido neste segundo dia de Mostra Competitiva foi o aclamado Terra e Luz do diretor goiano Renné França.

Antes da exibição do primeiro filme, Roozegari Hamoun, o diretor Mohammad Ehsani, que estava presente no local, foi bastante aplaudido pela plateia e, emocionado, agradeceu aos espectadores. O filme se passa no sudeste iraniano e retrata de forma sensível os problemas ambientais e sociais que surgiram após a seca do lago Hamoun. Com depoimentos do povoado que vivia às margens do lago, o documentário mostra ao espectador a extrema pobreza que um problema grave ambiental pode acarretar. Com o fim do lago, diversos pessoas da região perderam trabalho, casa e comida. Com uma reflexão retratada pelo povoado, o filme levanta alguns questionamentos sobre a forma que esse problema ambiental foi tratado. Ao fim da exibição, os espectadores voltaram a saudar o diretor de Roozegari Hamoun, uma das apostas da Mostra Competitiva.

Introspectivo pode definir bem o filme Ty siudy bolsh ne vernehsia, do diretor Dmitri Makhomet. O documentário acompanha o verão de uma idosa de 89 anos que retorna para sua casa em um vilarejo distante e quase abandonado na Bielorrússia. Para não perder a casa, a senhora teve que retornar ao antigo lar e cuidar do jardim e também estar presente quando autoridades forem fazer vistoria. Simples e meditativo, o filme mostra uma solidão e independência de uma senhora que não quer perder suas memórias.

Ao contrário de Ty siudy bolsh ne vernehsia, o filme Der Block, da diretora suiça Nadine Boller é divertido ao exibir como uma fundação antiga, que remete aos tempos soviéticos, se torna um ponto de encontro entre familiares e nômades. Isto porque na região o sinal telefônico é de péssimo alcance e ali, naquele bloco, o sinal consegue ser estabelecido. Com um recorte de diálogos, Der Block, monta uma linha temporal com diversas histórias curtas de familiares, nômades e amigos que precisam resolver problemas do cotidiano.

Aclamada ficção de Renné França, Terra e Luz iniciou a segunda sessão do dia. Com lotação máxima do Cineteatro São Joaquim, a ficção de Renné entreteve mais de 311 pessoas (capacidade máxima do local), e muita gente optou por sentar no chão e não perder o filme. A obra de ficção de Renné se passa em um futuro próximo onde os humanos foram quase dizimados por criaturas que se assemelham a vampiros. O filme muito bem executado com uma fotografia belíssima prendeu os espectadores do início ao fim para acompanhar a saga de um homem que luta dia e noite para se manter vivo. Presente na sessão, Renné França acompanhou cada reação do público e no fim, obra e autor foram aplaudidos por vários minutos.

Para encerrar essa segunda noite da Mostra Competitiva o filme franco-belga L’ous Noir divertiu o público com uma história de ficção sobre ursos. Um grupo de amigos visita um parque onde há regras básicas de convivência para não ser atacado pelos ursos pretos. Eles não respeitam essas regras e de forma cômica o filme vai mostrando o que acontece com cada um que desrespeita as regras, isso levando em conta que o urso é interpretado por um personagem com uma fantasia lúdica.

A Mostra Competitiva segue nessa sexta-feira, 23, no Cineteatro São Joaquim e no Cine Cora Coralina, a partir das 15h. Serão exibidos seis filmes, 5 estrangeiros e um brasileiro, de Pernambuco.

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