Alunos de Rubiataba apresentam na Costa Rica projeto sobre inclusão de insetos na alimentação

Aspirante a cientista, uma turma do Colégio Estadual de Tempo Integral Levindo Borba, de Rubiataba, está engajada na missão de promover a entomofagia, que é o consumo de insetos por seres humanos. O estudo, realizado na disciplina Iniciação Científica, está dando tão certo que dois alunos envolvidos foram selecionados para apresentar o projeto na Expo Ingeniería 2016, na Costa Rica.

Gabriel Lemos (8º ano) e Lucas Lincoln (9º ano), ambos de 14 anos, viajam neste sábado, 5/11, para expor o “Avaliação da Aceitabilidade Cultural de uma Forma Alternativa Alimentar com Base em Insetos”, na cidade de San José. O professor de Iniciação Científica, Matheus Fernando da Silva, é o orientador do projeto e viaja junto aos alunos.

A Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), que apoia a iniciativa inovadora, vai arcar com os custos da viagem. “Foi indescritível o sentimento que tomou conta quando recebemos a confirmação de que a viagem daria certo. Tenho certeza que será uma experiência incrível. São alunos que mal conhecem Goiânia e agora terão um compromisso internacional, graças a um projeto desenvolvido em sala de aula”, comentou o professor.

Entomofagia

De acordo com o Matheus, o estudo sobre a inclusão de insetos na alimentação surgiu por causa de uma região carente de Rubiataba. “Fizemos questionários socioeconômicos e descobrimos que a maioria das famílias consome carne três vezes por semana. Então estamos tentando criar uma alternativa mais econômica para suprir o fornecimento de proteínas”, disse Matheus.

Muito comum em alguns países da Ásia e da África, a entomofagia está sendo estudada na escola do interior de Goiás desde o começo do ano. Uma sala foi reservada para a criação de insetos das espécies Tenebrio molitor sp. e Zophobas morio sp. “Acompanhamos toda a sua evolução: primeiro ovo, depois larva, pupa e besouro. O caso mais indicado para alimentação é a larva, que pode conter até 70% a mais de proteína que o frango, por exemplo”.

Os alunos Gabriel e Lucas, junto a outros colegas de turma, são responsáveis pela manutenção do criadouro. Periodicamente eles verificam se há comida (batata, aveia e trigo) o suficiente para as larvas, entre outras atividades. Os bichos ficam armazenados dentro de caixas de plástico ou papelão. Quando atinge a condição de larva, a iguaria geralmente é consumida viva ou assada. Também acompanha os mais diversos pratos doces ou salgados.

O professor Matheus disse que a produção dos insetos já é um sucesso. O próximo passo agora é trabalhar na ruptura cultural das pessoas, fazendo com que a entomofagia seja encarada com naturalidade. “A aceitação dos adultos ainda é baixa. Já entre as crianças, especialmente os alunos do colégio, é quase 100%. Os estudantes vivem atrás de mim querendo comer”, explicou.

Sobre a Expo Ingeniería

A iniciativa dos alunos da rede pública estadual de ensino foi a única selecionada do Centro-Oeste para participar da Expo Ingeniería. Os goianos viajam para a Costa Rica junto a representantes de outros quatro projetos brasileiros.

A esperança da turma de Rubiataba, segundo o professor orientador, é garantir vaga para apresentar o projeto em outro renomado evento internacional, o London International Youth Science Forum, realizado na Inglaterra.

A Expo Ingeniería existe desde 2008 e é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia da Costa Rica. O evento reúne estudantes da América do Sul e América Central e tem como objetivo promover o desenvolvimento de habilidades e despertar o interesse dos adolescentes e jovens por estudos e pesquisas.

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