“O agro é a mola propulsora da economia goiana”, afirma o secretário em entrevista ao jornal A Redação

Promover políticas públicas que fortaleçam o setor do agronegócio, que representa 80% da pauta de exportação goiana, é um grande desafio para o secretário Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto. O setor liderou o ranking da geração de empregos no Estado em março, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho, sendo responsável pela contratação direta de 2530 profissionais. Goiás ocupou o segundo lugar em nível nacional.      

"Sem dúvida nenhuma, o agro  se coloca como uma mola propulsora da economia e a Secretaria, como entidade representativa desse elo, tem um papel determinante nesse processo", afirma o secretário. Em entrevista exclusiva ao jornal A Redação nesta quinta (2/5), Antônio Carlos falou sobre a importância da recriação da Secretaria de Agricultura (antes apenas uma superintendência executiva da antiga Secretaria de Desenvolvimento Econômico) para assegurar maior representatividade dos produtores rurais, além dos principais entraves ao desenvolvimento deste segmento: problemas relacionados à ampliação do fornecimento e distribuição de energia e logística. 
 
Outro assunto abordado durante a entrevista foi a campanha de vacinação contra a febre aftosa, realizada neste mês de maio. A Seapa promove no próximo dia 11 o evento 'Goiás Livre da Febre Aftosa' em Alexânia, com o objetivo de discutir medidas para que Goiás conquiste, em 2021, o status de zona livre de aftosa sem vacinação. 
 
Jornal A Redação – Qual a importância da recriação da Secretaria de Agricultura em Goiás?

Antônio Carlos de de Souza Lima Neto – A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), recriada a partir de 8 de fevereiro deste ano, estava na última gestão vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SED) como uma superintendência executiva. Ela é, diretamente, uma pasta de extrema relevância e importância pela representação principalmente  econômica do setor agropecuário do nosso Estado de Goiás e assumimos, realmente, um compromisso e uma determinação considerável de colocá-la à altura da representatividade da geração de empregos que o setor agropecuário promove no nosso Estado de Goiás.  E isso a gente pode evidenciar já efetivamente com dados. Nós tivemos agora, no último relatório do Caged, o Estado de Goiás se destacando no Brasil, gerando empregos agora no mês de março. Tivemos o resultado positivo de 2530 vagas diretamente geradas neste saldo nosso Estado de Goiás. Isso tudo, sem dúvida, no fortalecimento de uma colheita de grãos crescente, de uma safra de cana-de-açúcar que está se iniciando, de uma pecuária muito forte, que emprega muitas pessoas e um desafio constante, de estarmos capacitando e cada vez mais profissionalizando os produtores rurais nas suas propriedades. Sem dúvida nenhuma, o agro  se coloca como uma mola propulsora da economia e a Secretaria, como entidade representativa desse elo, tem um papel determinante nesse processo. 

Jornal A Redação – Como o Estado de Goiás atingirá a meta de se tornar zona livre de vacinação contra a febre aftosa?
Antônio Carlos de Souza Lima Neto – Esse é um programa que foi criado nacionalmente junto com o Ministério da Agricultura, um protocolo de intenções entre todos os estados da federação. Hoje, no país, o único estado considerado livre de febre aftosa sem vacinação é o Estado de Santa Catarina. E nesse protocolo estamos num grupo de planejamento do qual Goiás faz parte de que em 2021 o estado possa se tornar livre de febre aftosa sem vacinação. Hoje somos livres de febre aftosa com vacinação e estamos trabalhando para que em 2021 nós estejamos sem vacinação. Estamos agora num período de vacinação , num calendário estabelecido pela Agrodefesa, que vai do dia 1º ao dia 31 de maio, quando todos  os produtores pecuaristas têm que vacinar o seu rebanho de bovinos e bubalinos e, posteriormente, informar todo esse trabalho juntamente a um órgão de defesa. Então, eles têm estabelecido até o quinto dia útil do próximo mês que será equivalente ao dia 7 de junho para notificar a Agrodefesa.


 
Jornal A Redação – Atualmente, quais são os principais entraves que impedem um maior desenvolvimento do agronegócio?
Antônio Carlos de Souza Lima Neto – Temos vários fatores que a gente pode considerar. Um exemplo é a questão da infraestrutura e logística. Quando a gente fala em infraestrutura, um gargalo considerável é a energia elétrica, um cenário que todos estamos vivenciando. Uma expectativa de melhoras. Os produtores se queixam das dificuldades em que se encontram, e principalmente na possibilidade de ampliar seus investimentos  em circunstância do fornecimento e da disponibilização de energia, na oportunidade ao mesmo que esse desafio nos coloca na ampliação de novas fontes de energia, ao exemplo que nós temos um anseio agora com um grande investimento que está previsto para ser instalado com a instalação da unidade coreana de uma usina fotovoltaica prevista pra ser instalada no Nordeste Goiano. Esse trabalho bem planejado vai resultar em melhorias e desenvolvimento do nosso estado.
 
Jornal A Redação – Como atender demandas dos produtores rurais, em face da necessidade de se garantir economicidade à máquina pública em decorrência da crise fiscal enfrentada pelo Estado de Goiás?
Antônio Carlos de Souza Lima Neto – Sem dúvida nenhuma, torna-se um desafio, mas ao mesmo tempo, uma grande oportunidade que nós temos. A Secretaria herdou uma quantidade enorme de contratos e convênios, que estavam paralisados. Efetivamente, milhões de reais que já estão empenhados para ser utilizados em diversas ações e não estavam sendo executados pela inoperância de todo o processo. Herdamos uma emenda parlamentar de R$ 113 milhões de uma parceria juntamente com o Ministério da Agricultura (emendas parlamentares de deputados e senadores). Esse processo estava paralisado com alguns maquinários que chegaram a ser anunciados como entregues no mandato anterior, porém sem nenhum controle, sem nenhum pagamento efetuado, sem nenhum termo de cooperação e de cessão de uso estabelecido. Um ato de compra de 222 retroescavadeiras estava paralisado desde abril do ano passado junto ao Tribunal de Justiça por um imbróglio dentro de um processo licitatório. Ao assumirmos o posto, nós tivemos condições de trabalhar e buscar a solução dessa situação. Já organizamos a entrega de parte desses maquinários, da Patrulha Mecanizada. Já foram contemplados mais de 200 municípios. 

Entrevista/Texto: Gabriela Louredo
Fotos: Esther Teles

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