Goiás atinge metas e vacinação contra aftosa será suspensa a partir de 2023
Além de Goiás, outros cinco Estados e o Distrito Federal serão beneficiados pela medida. Para 2022, campanha de vacinação está mantida. A primeira etapa começou no último domingo (1º/5) e adesão do pecuarista é fundamental para garantir suspensão a partir do ano que vem
A partir de 2023, os Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Tocantins e o Distrito Federal não terão mais vacinação obrigatória contra a febre aftosa. A medida deverá alcançar 113 milhões de bovinos e bubalinos — 50% do rebanho do País — e será possível após uma série de ações sanitárias desenvolvidas desde 2017 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pelos Estados no âmbito do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE/PNEFA). Para este ano, a vacinação está mantida, sendo que a primeira etapa deve ser realizada até 31 de maio. “É importantíssima a adesão de todos os pecuaristas para vacinar 100% do rebanho este ano e garantir o benefício da suspensão a partir do ano que vem”, ressalta o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Tiago Mendonça.
De acordo com Mendonça, Goiás vem cumprindo todas as metas estabelecidas pelo Mapa. “Este resultado vem do apoio e da compreensão do produtor rural sobre a importância do processo. O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), fez sua parte também, investindo em divulgação, orientação, mobilização e fiscalização”, diz. Para o gestor, entre os benefícios da suspensão da vacina estão a valorização da carne goiana, a redução de custos para o produtor e o menor estresse para o rebanho.
O anúncio oficial de retirada da vacinação obrigatória a partir de 2023 foi feito pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, durante a abertura da Exposição Internacional de Gado Zebu (Expozebu), no sábado (30/4), em Uberaba. "É uma conquista de todos nós, do Ministério, dos estados e dos produtores rurais. E a certeza de que essa união vai fazer cada vez mais a nossa sanidade ser respeitada no mundo, como já é", disse o ministro.
Presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), José Essado destaca o relevante trabalho realizado pelo Serviço Veterinário Oficial do Estado, coordenado pelo órgão. “É preciso reconhecer o empenho dos fiscais estaduais agropecuários e agentes de fiscalização da Agência, em parceria com profissionais de outras instituições, para que Goiás cumprisse as metas estabelecidas pelo Mapa com o objetivo de suspender a obrigatoriedade da vacina”, enfatiza. Essado reforça que a vacinação continua ao longo deste ano e lembra que as duas etapas da campanha de 2022, a primeira iniciada no último sábado (1º/5) e a segunda programada para novembro (mais detalhes abaixo) são fundamentais para garantir a consolidação da retirada da vacina em 2023.
Situação do Bloco IV
Na organização do PE/PNEFA 2017-2026, o Ministério da Agricultura dividiu os Estados brasileiros em blocos com características similares com a finalidade de alcançar maior objetividade na implementação das metas. O Bloco IV, em que está inserido Goiás, é integrado por dez unidades federativas, mais o Distrito Federal. Neste bloco, os Estados de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Sergipe terão de manter a vacinação obrigatória porque não alcançaram a pontuação estabelecida pelo Mapa no cumprimento das metas sanitárias.
Mesmo obtendo a condição de suspender a vacinação, os Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Tocantins e o Distrito Federal ainda precisam manter as ações sanitárias que darão suporte à retirada da vacina. Juntos, essas sete unidades federativas contabilizam um rebanho superior a 113 milhões de bovinos e bubalinos e respondem pela maior parte das exportações brasileiras de carne. Em uma fase posterior, o Ministério da Agricultura irá reconhecer nacionalmente estas unidades federativas como livres de aftosa sem vacinação e encaminhar processo para o reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Considerando todos os Estados brasileiros, a partir do próximo ano, ficarão livres de vacinação obrigatória contra aftosa um total de 13 Estados (veja mapa). Dentro deste grupo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia, Acre e parte do Amazonas já são classificados como livres de aftosa sem vacinação, tanto pelo Mapa quanto pela OIE. Já Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins e Distrito Federal terão a vacinação suspensa, mas ainda precisarão obter o reconhecimento nacional e internacional de livres de aftosa sem vacinação.
Em Goiás, a Equipe Gestora Estadual do PE/PNEFA é integrada, além da Agrodefesa, por órgãos e entidades como a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-Goiás); Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg); Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás (Fundepec); Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás (CRMV); Emater-Goiás; Superintendência Federal da Agricultura do Mapa em Goiás (SFA-Goiás) e Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (EVZ/UFG). Em todas as suas ações, a Equipe Gestora conta com acompanhamento, orientação e supervisão do Ministério da Agricultura.
Etapa atual
O Governo de Goiás iniciou no último domingo (1º/5) a primeira etapa de vacinação compulsória contra a febre aftosa de bovinos e bubalinos, nos 246 municípios goianos. Até o dia 31 deste mês, os pecuaristas precisam vacinar seus rebanhos contra a febre aftosa e raiva, conforme estabelecido na Portaria nº 192/2022 da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Nesta primeira etapa de 2022, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decidiu pela inversão da estratégia de vacinação contra aftosa, priorizando os animais de zero a 24 meses e não todo o rebanho como ocorria nos anos anteriores. Os animais de todas as idades serão vacinados apenas na etapa de novembro. Nesta etapa está prevista a imunização de aproximadamente 11 milhões de bovinos e bubalinos.
Além da vacinação contra aftosa, a Portaria nº 192 estabelece diretrizes também para a vacinação compulsória contra a raiva dos herbívoros (bovinos, bubalinos, equinos, muares, asininos, caprinos e ovinos) em 121 municípios considerados de alto risco para a doença. Neste caso, devem ser imunizados todos os animais com até 12 meses de idade. A projeção da Agrodefesa é que sejam vacinados 6 milhões de animais contra a raiva.
Comunicação Setorial da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Comunicação Setorial da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) – Governo de Goiás