Desafios e resultados positivos de pesquisas com bioinsumos ganham destaque na Semana Estadual da Agricultura Familiar

Participantes também receberam informações sobre crédito, genética e selos de indicação geográfica para pequenos produtores. Programação segue nesta sexta-feira (29/7), com palestras e oficinas

A importância, os desafios e os resultados positivos de pesquisas recentes com bioinsumos foram destaques do segundo dia de programação da Semana Estadual da Agricultura Familiar 2022. Um painel sobre o tema reuniu, logo pela manhã, os pesquisadores Renato de Sousa Faria, Taís Ferreira de Almeida e Marta Cristina de Filippi. As apresentações ocorrem no auditório do Centro de Tecnologia e Capacitação (Centrer) da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater).

Pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG) e superintendente de Gestão Integrada da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Renato Faria falou sobre a criação do Programa Estadual de Bioinsumos (Lei nº 21.005/2021) e o objetivo estratégico de tornar Goiás o maior “hub de inovação em insumos biológicos do País”. Para ele, a substituição de insumos químicos convencionais por biológicos deve ser feita de forma gradual e sem ideologia.

Faria detalhou os principais desafios para a expansão dos bioinsumos: a delimitação do tema; o marco regulatório; a padronização de produtos, processos e tecnologias; a criação de modelos de negócios para a agricultura familiar; e a difusão de informações para todos no campo. “Os bioinsumos são o futuro da agropecuária. Já saímos na frente e precisamos muito que todos se engajem nesta missão de substituir os produtos de base química por produtos de base biológica”, conclamou.

A pesquisadora da Emater, Taís Ferreira, apresentou um panorama dos bioinsumos no País, mostrando que há 502 produtos biológicos registrados no Brasil e que, do total usado em campo, 66% são comerciais e 34% produzidos on farm. “Após 70 anos de controle biológico, estamos voltando a utilizar o que sempre esteve presente na natureza. Tanto o mercado quanto o consumidor estão absorvendo esses produtos”, destacou Taís. A pesquisadora também abordou desafios, entre eles o transporte e o acondicionamento até o uso: “Estamos falando de microrganismos. São seres vivos e precisamos deles em condições de desenvolvimento satisfatório”.

A também pesquisadora Marta Cristina de Filippi, da Embrapa Arroz e Feijão, esmiuçou a diversidade de bioinsumos (promotores de crescimento, fertilizantes, produtos para nutrição vegetal e animal, defensivos e produtos fitoterápicos) e apresentou resultados de pesquisas realizadas por estudantes. Entre as perspectivas positivas apontadas pelos trabalhos, está a redução do uso de nitrogênio e o controle biológico de doenças. “Trabalhar com microrganismo vivo é importante, mas requer uma série de cuidados; trabalhar com o que ele produz é um passo adiante, padronizando e barateando o processo”, argumentou ela, que também é ligada à UFG.

Sustentabilidade
A agenda do segundo dia da Semana Estadual da Agricultura Familiar teve também palestras sobre indicação geográfica e marcas coletivas, soluções financeiras para o agro, acessibilidade do mercado de touros para produtores familiares e aumento de produtividade com sustentabilidade. No painel “Como aumentar a produtividade da propriedade com sustentabilidade”, o assessor da Gerência de Projetos e Inovação Agropecuária da Seapa, Pedro Vilela, explicou a origem e os avanços promovidos pelo Plano ABC, entre elas a criação de uma linha de crédito específica para projetos agropecuários sustentáveis.

“O Plano ABC entrou agora numa segunda fase com a implementação do Plano ABC+. Há uma nova governança em vigor, que inclui a criação de planos estaduais integrados ao federal. Goiás já tem um comitê dedicado à elaboração do Plano ABC+Goiás. Ele é formado por entidades, mas está aberto à colaboração da sociedade em geral”, informou Vilela. Segundo ele, o comitê vai se dedicar a definir prioridades e melhorar o arcabouço jurídico para incentivar ações sustentáveis, como projetos de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, e a remuneração dos produtores por serviços ambientais. O painel contou com a participação do gerente técnico da Rede ILPF, Nilo Sander.

Além de palestras, a programação do evento contou com oficinas de boas práticas na manipulação de derivados lácteos, vendas diretas no campo, controle financeiro e outros temas. Para conferir a programação do terceiro e último dia da Semana Estadual da Agricultura Familiar, acesse: https://bit.ly/SemanaDaAgricultura.

Comunicação Setorial da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) – Governo de Goiás

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