Confira o artigo do secretário Antônio Carlos sobre o Dia Mundial do Leite
Neste momento que vivemos uma pandemia mundial, reconhecer e valorizar o leite como alimento global se torna ainda mais importante para a saúde da população. Isso porque o consumo desse produto e de seus derivados é necessário em todas as fases da vida, principalmente pelas características nutricionais como fontes de proteínas de alta qualidade, vitaminas até minerais, com destaque para o cálcio. Estudos apontam que o consumidor já tem uma boa percepção da relevância do leite e atribui ao alimento termos como ‘saudável, nutritivo, refrescante e delicioso’. A versatilidade do produto também torna o alimento e seus derivados lácteos opções a serem consumidas em diferentes refeições do dia, sendo mais frequentes no café da manhã, nos lanches intermediários e na ceia.
Um alimento tão rico merece cada vez mais atenção do consumidor. Por isso, é importante celebrarmos este 1º de junho, Dia Mundial do Leite. A data foi criada em 2001, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU, da sigla em inglês), com o objetivo de incentivar o consumo de lácteos à população mundial.
No Brasil, a data ganha mais destaque pela representatividade que este setor possui, inclusive para a economia das cidades e do campo, fomentando emprego e renda para milhares de famílias. É uma cadeia produtiva ampla, que passa por diversas etapas que vão desde produção diária em milhares de propriedades rurais, cercadas pelo suprimento de insumos, processamento por meio de um parque industrial variável, de produção artesanal a plantas modernas, com a distribuição, até chegar ao atacado e varejo, ponto de encontro ao consumidor final.
Ao se mensurar a força do setor leiteiro em Goiás, constatamos que o estado produz hoje 3,08 bilhões de litros ao ano, sendo o 4º maior produtor do Brasil. Presente nos 246 municípios, a cadeia produtiva do leite em Goiás tem o Valor Bruto da Produção (VBP) superando os R$ 3,5 bilhões. Ao todo, são 72.353 estabelecimentos produtores, com 1,9 milhão de vacas ordenhadas, segundo a Radiografia do Agro, documento elaborado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Já de acordo com o Diagnóstico da Cadeia Láctea do Estado de Goiás, o segmento industrial é representado por 82 laticínios com Selo de Inspeção Federal, 138 com Selo de Inspeção Estadual e um número variável de mini-indústrias com Selo de Inspeção Municipal.
O Governo de Goiás tem trabalhado para alavancar ainda mais este setor. Em 2019, a Seapa e o Instituto Mauro Borges (IMB), em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e o Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (Sindileite), criaram a Câmara Técnica e de Conciliação da Cadeia Láctea do Estado de Goiás. É um fórum estabelecido com o principal objetivo de harmonizar a relação comercial entre os participantes de todos os elos da cadeia produtiva e trabalhar no desenvolvimento da produção de leite goiana. Ainda há muito a ser amadurecido e construído através desta união, mas já é um grande passo para o fortalecimento do setor.
Outros incentivos para o crescimento da cadeia estão na transformação tecnológica, na amplitude do mundo conectado e no marketing. Temos iniciativas de sucesso e, muitas vezes, silenciosas, que estão ocorrendo na evolução deste negócio. Exemplo disso está no movimento de startups, idealizado pelo Ideas for Milk, e chancelado, nada mais, nada a menos, pela Embrapa Gado de Leite, movimentando toda a sociedade ao encontro de soluções práticas, racionais e eficientes a todo o segmento produtivo. Já ao avaliarmos uma pauta histórica no setor, a do marketing do leite, podemos citar ações que são realizadas e proporcionam resultados imediatos, como a campanha #bebamaisleite. É uma forma de estimular a importância do consumo de leite e seus derivados por meio da divulgação de um desafio entre participantes.
Apesar de toda a importância para saúde e economia, assim como as iniciativas de incentivo à cadeia, vale lembrar que o consumo do leite ainda está aquém do que é recomendado. Por isso, no mercado, há diversos tipos de produtos lácteos que podem ser indicados para atender a diferentes demandas nutricionais. Além de diferenciados, podem ter ingredientes adicionados e ainda sofrerem processos industriais, que lhes conferem características e perfis peculiares, a diferentes públicos e gostos. O importante é seguir o slogan da campanha e beber mais leite. É um produto que realmente traz benefícios à saúde da população.
Antônio Carlos de Souza Lima Neto é secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa)
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