Com aumento nas exportações, tilápia é alternativa promissora para pequenos produtores
A tilápia brasileira tem conquistado a cada ano o cardápio estrangeiro, liderando a lista de espécies da piscicultura exportadas no país. O técnico da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e mestre em Piscicultura, Francisco Cabral, aponta que esse é um cenário promissor para os criadores de peixe e também uma oportunidade para quem quer investir no ramo, além de ser uma alternativa viável, inclusive, para produtores de pequeno porte.
“O mercado é garantido. No caso de Goiás, o peixe vai para Brasília e estados como Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. Esses dois últimos, então, se encarregam de exportar todos esses peixes”, explicou. Cabral salientou ainda que a demanda pelo produto brasileiro também é grande na europa e em países da América Central e Sul, estendendo-se para outras espécies, tais quais tambaqui, tambacu, pacu-caranha e piaçu, citando apenas algumas. De acordo com o especialista, a tilápia tem ficado mais resistente a patologias, pragas, fungos e baixas temperaturas, ao contrário da maioria dos peixes redondos de origem amazônica, o que a torna atrativa para os piscicultores.
Conforme o anuário mais recente da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), a tilápia responde por 81,35% do volume de espécies exportadas da atividade no Brasil. Em 2019, foram mais de 5 mil toneladas destinadas para o mercado exterior, o que representa um aumento de 19% em relação ao ano anterior. A piscicultura é o segundo mais importante segmento das exportações de pescado do país, tendo movimentado cerca de US$ 12 milhões, em 2019. O pescado, em sua totalidade, exportou US$ 275 milhões no ano passado.
Nos últimos meses, tem chamado a atenção o crescimento do mercado norte-americano. Somente entre janeiro e abril de 2020, a venda de filé fresco da tilápia brasileira para os Estados Unidos cresceu 94%, segundo dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). No país estadunidense, somente 5% da espécie consumida são produzidos nacionalmente, o restante é proveniente de importações, cuja movimentação econômica ultrapassou os US$ 730 milhões em 2018.
Para investir no ramo da piscicultura é necessário, primeiramente, uma área adequada para exercer a atividade. “A propriedade precisa ter água para que os tanques possam ser enchidos. Algumas propriedades têm minas, em outras é possível escavar o viveiro e a partir daí a água começa a minar. Esse tipo de tanque, no entanto, é um pouco problemático pois é preciso sempre realizar monitoramento da água, medindo o pH, alcalinidade, dureza, nível de oxigênio, amônia e outros para que os peixes não morram em função de algum desequilíbrio”, atentou o técnico da Emater.
O mestre em piscicultura ressalta que, apesar dos cuidados, com a assistência técnica de um profissional, o processo inicial para a produção de peixes pode ser acessível. Existem, por exemplo, aeradores, aparelhos que fazem a incorporação de oxigênio para a água, a preços módicos. Além disso, ele salienta sobre a importância da manutenção do viveiro: “se você tiver uma água de qualidade, não terá doenças, parasitas ou fungos, de forma nenhuma. Com um tanque bem cuidado, você tem muitos anos de trabalho com ele”.
Informações da Emater.
Comunicação – Contatos da Seapa, Agrodefesa, Ceasa Goiás e Emater
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa): (62) 3201-8925
Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa): (62) 3201-3546
Centrais de Abastecimento do Estado de Goiás (Ceasa Goiás): (62) 3522-9000
Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater): (62) 3201-8767