Antônio Carlos de Souza Lima Neto *

Precisamos falar de quem faz, de quem ajuda Goiás a crescer ao ajudar os menos assistidos e os que se empenham para se desenvolver. Na última semana o governador Ronaldo Caiado lançou o Plano Safra 2020/2021 para Goiás, cuja expectativa é de uma movimentação da ordem de R$ 18 bilhões na economia do nosso Estado por meio do financiamento de projetos e empreendimentos rurais. O que poucos sabem é que grande parte desse valor só chega aos produtores que elaborarem um projeto de execução para a verba solicitada. E no Estado, quem é responsável por esse desafio é a Emater, a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária.

A Emater soma mais de 60 anos de atuação pelos trabalhadores do campo, e possui uma história que se confunde com a história do desenvolvimento econômico de Goiás. E o que nem todos sabem também é que é a assistência técnica prestada pela Emater aos pequenos produtores e aos agricultores familiares que garante o alimento em nossas mesas, vez que vem daí os itens que consumimos em nossa alimentação básica. A feira de domingo depende dessas pessoas, e essas pessoas dependem da Emater.

Talvez o que muitos saibam é que, mesmo a despeito de sua importância estratégica para nossa segurança alimentar e para o desenvolvimento econômico de nossos municípios, a Emater passou por momentos difíceis nas duas últimas décadas. De um dos aparelhos públicos mais relevantes de nosso Estado, a Emater foi sendo reduzida à condição de coadjuvante. Mas isso já é passado!

É bonito ver como a Agência se reergueu no último ano, como recuperou a autoestima do seu servidor e como retoma, dia após dia, o protagonismo de outrora no desenvolvimento de Goiás. Em 2019, por meio da elaboração de projetos de acesso ao Crédito Rural, a Emater possibilitou que mais de R$ 200 milhões fossem aportados na economia dos nossos municípios, gerando empregos e transformando a vida de milhares de famílias que têm no campo o seu sustento.

Ao todo, no ano passado, a Emater realizou mais de 68 mil atendimentos a quase 16 mil produtores e agricultores dos 246 municípios goianos que não têm como pagar por uma assistência técnica privada. Para não deixar nenhum beneficiário sem atendimento, a Agência desenvolveu o Emater Mobi, um aplicativo para garantir o atendimento remoto e que se tornou referência nacional, sendo o primeiro desta ordem lançado por uma das instituições públicas de assistência técnica e extensão rural do país. E ainda, a Emater causou alvoroço com a aproximação do lançamento do pequi sem espinho, fruto de 15 anos de pesquisa em seus laboratórios.

A Emater se reergueu, e é compromisso de todos nós, goianos, sustentar uma Emater forte, independente de interesses políticos e sempre próxima de nossos produtores e agricultores. A retomada da construção da nova sede da Agência, que resultará no Parque Tecnológico de Inovação Rural, levada adiante pela atual administração após o aval incisivo do governador Ronaldo Caiado, que se dedicou a enfrentar as dificuldades que impediam sua execução, é mais um exemplo do compromisso do atual governo com a história dessa instituição sexagenária. A Agência Emater é de todos os goianos, e é muito bonito vê-la sendo entregue, de volta, aos seus verdadeiros donos.

*Antônio Carlos de Souza Lima Neto é secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

(Artigo publicado originalmente no jornal Diário da Manhã, em 06 de julho de 2020).